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Andrade Gutierrez faz acordo de R$ 1 bi, pede desculpas aos brasileiros e desmoraliza de vez o PT

Em delação premiada, ex-presidente da empresa revela que, em 2008, PT exigiu pagamento de 1% de propina sobre todas as obras feitas desde 2003 e sobre as obras futuras

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h47 - Publicado em 9 Maio 2016, 04h51

Nesta segunda-feira, a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país — só perde para a Odebrecht —, torna público um pedido de desculpas ao povo brasileiro, admitindo que graves erros foram cometidos pela empresa. Na quinta-feira, o juiz Sério Moro homologou um acordo de leniência, pelo qual o grupo se compromete a pagar uma multa de R$ 1 bilhão ao longo de oito anos.

A Andrade Gutierrez fez ainda um acordo de delação premiada que envolveu 11 executivos, incluindo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente. Coisas do arco da velha vieram a público. Marques de Azevedo relatou, por exemplo, que, em 2008, participou de uma reunião com o então presidente do PT, Ricardo Berzoini (hoje ministro de Dilma) e João Vaccari Neto, tesoureiro, para acertar o pagamento de 1% de propina pelas obras tocadas pela empreiteira desde 2003, ano da chegada do PT ao poder. Ficou acertado que aquela alíquota seria aplicada também às obras futuras.

Os termos da delação premiada da Andrade Gutierrez ainda estão em sigilo. Dados que vazaram dos depoimentos indicam que a empresa financiou, de modo ilegal, as campanhas de Dilma à Presidência de 2010 e de 2014. Além de Berzoini e Vaccari, são também implicados no rolo o ex-ministro Antônio Palocci e Edinho Silva, hoje ministro da Secom. Claro, claro, eles todos negam quaisquer irregularidades. Vai ver a Andrade Gutierrez confessa uma penca de crimes e aceita pagar multa de R$ 1 bilhão porque seu ex-diretores foram severamente torturados, não é mesmo? Tenham paciência!

Em seu pedido de desculpas, a empresa canta as glórias da Lava Jato:
“Acreditamos que a Operação Lava Jato poderá servir como um catalisador para profundas mudanças culturais, que transformem o modo de fazer negócios no país. Esperamos que esse manifesto contribua para um grande debate nacional acerca da construção deste Brasil melhor, ajudando na eliminação de alguns de seus piores defeitos, como o desperdício de dinheiro público e a impunidade”.

Pois é… Isso é que é conversão!

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No texto, a empreiteira faz oito sugestões para mudar a relação das empresas com o poder público. Entre elas, lista a obrigatoriedade de estudo de viabilidade antes do lançamento do edital da concorrência, de projeto executivo de engenharia antes da licitação e de obtenção prévia de licenças ambientais.

A Andrade Gutierrez diz ainda que é preciso assegurar que as partes — o órgão público e a empresa que fará a obra — cumpram o contrato, que deve ter uma gerência apenas técnica, livre da influência partidária. E acrescenta que empresas independentes devam ser contratadas para aferir a qualidade das obras.

Bem, meus caros, as propostas parecem de bom senso. A rigor, chega a ser espantoso que as coisas já não sejam feitas dessa maneira.

A delação premiada, o acordo bilionário de leniência e o pedido de desculpas desmoralizam de vez o discurso do governo e do PT, segundo os quais tudo o que está aí não passa de uma trama sórdida contra os nobres “companheiros”.

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