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Ainda o brasileiro na OMC. Ou: Que saudade dos editoriais do Estadão!

Tenho tido saudade dos editoriais do Estadão ultimamente. Hoje, o jornal publicou um sobre a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo para a OMC. Lá pelas tantas, lê-se lá: (…) Emergentes votaram a favor de Azevêdo por suas qualidades pessoais e, além disso, porque isso lhes interessava politicamente neste momento. Foi certamente decisivo o apoio da China […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h17 - Publicado em 9 Maio 2013, 18h15

Tenho tido saudade dos editoriais do Estadão ultimamente. Hoje, o jornal publicou um sobre a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo para a OMC. Lá pelas tantas, lê-se lá:

(…)
Emergentes votaram a favor de Azevêdo por suas qualidades pessoais e, além disso, porque isso lhes interessava politicamente neste momento. Foi certamente decisivo o apoio da China e da Rússia. Mas esses dois países têm objetivos próprios bem definidos, relações comerciais mais intensas com o mundo rico do que com o Brasil e nenhum compromisso terceiro-mundista.

Atribuir esse resultado a algum acerto da geopolítica petista só pode ser má-fé ou ingenuidade. As consequências mais notáveis dessa política foram a sujeição dos interesses nacionais a um Mercosul emperrado, a perda de oportunidades nos mercados desenvolvidos e a submissão do País a uma relação colonial com a China.

Comento
Como fui o único — se houve outro, vocês me informarão — a ter feito uma apreciação crítica a respeito, então comento o trecho. Não que o Estadão tenha respondido a mim, claro! Aliás, o trecho responde a ninguém. Não li a ilação tosca de que a vitória de Azevêdo seja “resultado de algum acerto da geopolítica petista” em lugar nenhum. Ninguém que eu conheça — ou minimamente razoável — atribuiria tamanho poder à… “geopolítica petista”. Aliás, para ser franco, nem sei que diabo é isso. Serve para comer, beber, pensar ou abrir latinha de Leite Moça?

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Editoriais, muitas vezes, são movidos pela vontade de criticar. E podem estar determinados, como é o caso em espécie, a elogiar, a despeito dos fatos. O parágrafo final do texto explica por que critiquei a eleição de Azevedo. Ele é um dos artífices da política brasileira que deixou o Brasil praticamente isolado no mundo na defesa da tal Rodada Doha. Enquanto o resto do mundo, incluindo a China, fazia acordos bilaterais às pencas, o Brasil mantinha e mantèm em vigência apenas um: com Israel. Os outros dois, com potências econômicas como Egito e Palestina, ainda não saíram do papel…

Azevêdo tem a ver com isso? Tem a ver com isso! Suas qualidades pessoais, como reza o editorial, podem ser imensas. Suas escolhas ideológicas — sim, ideológicas — são uma porcaria. O Estadão aplauda o quanto quiser. Mas cumpre não reduzir a crítica a uma caricatura. Até porque, ânimo de elogiar à parte, parece que o jornal admite que “os interesses nacionais estão subordinados a um Mercosul emperrado” e que passou a ter com a China uma relação de caráter colonial, de que aquele país é a matriz. Aliás, se, um dia, a água chegar ao tornozelo dos chineses, o Brasil já terá morrido afogado com sua soja, com o seu ferro e a sua indústria em pandarecos.

Mas eu sou um homem que se deixa convencer por argumentos. Vou fazer como o Estadão: “Viva Azevêdo! Abaixo a política do Azevêdo!” Ficou bom assim?

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