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Abraçando o pecador e o pecado: líderes entregam a Geddel a Carta da Vergonha

É o fim da picada que lideranças da base aliada se manifestem desse modo sem que o ministro tenha se desculpado

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h16 - Publicado em 22 nov 2016, 20h58

Líderes da base do governo entregaram ao ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) o que pode ser chamado, sem exagero, de uma “Carta da Vergonha”. A pajelança contou com a presença de 16 deputados e foi comandada por André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara, o que piora tudo porque mete na patuscada a digital oficial.

Uma coisa seria os líderes emprestarem seu apoio à permanência de Geddel no governo depois de este pedir desculpas públicas. Ocorre que não aconteceram nem uma coisa nem outra.

Geddel não se desculpou, e a tal carta fica a um passo de considerá-lo um herói. É o fim da picada. A sandice é tal que se havia pensado em promover uma espécie de Marcha dos Líderes rumo ao gabinete do ministro. Seria a versão brasileira da “Marcha da Insensatez”.

O governo se conduziu e está se conduzindo muito mal nesse episódio. Especialmente porque aqueles que falam em nome do statu quo resolvem evocar as sérias e graves tarefas que o país tem pela frente, procurando minimizar os atos de Geddel. Ora, países sempre terão urgências. É preciso saber com que padrão ético o governo pretende enfrentá-las.

Bem pensado, isso que fez Geddel, com o patrocínio do governo, é o que Dilma fazia quando estava sob acusação: arrumava lideranças aliadas para ir ao Planalto dizer quão maravilhosa, essencial e justa era a sua administração.

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E André Moura não economizou — já que é líder do governo, falava em nome deste:
“É uma questão pontual. O que não podemos admitir é que, de uma situação tão pequena, se faça uma tempestade como a que está sendo feita. O ministro Geddel tem toda legitimidade e todo apoio de nossa base para continuar na Secretaria de Governo”, afirmou.

Olhem aqui: eu demitiria! Temer deve ter seus motivos para não fazê-lo. Que o ministro fique, então.  Agora, ser visto como herói???

O manifesto em apoio a Geddel traz este trecho:
“Consideramos que o ministro está conduzindo a pasta de maneira técnica, competente e tendo como premissa maior o diálogo, sendo também um dos protagonistas das sucessivas vitórias que o atual governo vem obtendo nesse Parlamento”.

Que coisa! Havia um Eduardo Cunha adormecido no corpinho de Geddel.

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O conjunto da obra é uma vergonha e transforma Geddel no inimputável da República, aquela mesma que todo político diz pretender reformar quando chega ao poder.

Das desculpas todas para manter Geddel, não há dúvida de que a pior é a que evoca a sua utilidade, numa versão canhestra dos fins justificando os meios.

Já disse aqui ser outra a minha divisa: “Os meios qualificam os fins”.

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