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A VERDADE QUE NÃO QUER CALAR – Em CPI, Paulo Roberto diz que roubalheira é generalizada e que esquema corrupto da Petrobras está em vigência em todos os órgãos do governo

Paulo Roberto Costa falou pouco na CPMI da Petrobras, na sessão marcada para uma acareação entre ele e Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da empresa. Falou pouco, mas bem mais do que o governo e a oposição esperavam. Ex-diretor de Abastecimento da estatal, ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h32 - Publicado em 2 dez 2014, 21h16

Paulo Roberto Costa falou pouco na CPMI da Petrobras, na sessão marcada para uma acareação entre ele e Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da empresa. Falou pouco, mas bem mais do que o governo e a oposição esperavam. Ex-diretor de Abastecimento da estatal, ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Deixou claro, de saída, que não poderia entrar em detalhes, mas, ainda assim, foi inequívoco e disse que reafirma todo o conteúdo da delação premiada. Foi além. Segundo disse, o esquema de roubalheira semelhante ao da Petrobras funciona também nas outras áreas da administração, a saber: “nas rodovias, portos, ferrovias e aeroportos”.

Muito bem, leitores! Desde que esse escândalo veio à luz, tenho insistido neste aspecto: se uma quadrilha de criminosos se apoderou da Petrobras, por que seria diferente nas outras estatais e nos organismos diretamente vinculados a ministérios? Não há razão para ser. Afinal, os critérios para nomear diretores de outras estatais ou de autarquias do governo são os mesmos: loteamento entre partidos. Volto à minha pergunta de sempre: por que uma legenda faz tanta questão de ter a diretoria de uma empresa pública? Por ideologia, convenham, não é. Se a safadeza na Petrobras assume proporção multibilionária, imaginem o que se passa no conjunto do país.

Paulo Roberto admitiu ter assumido a diretoria de Abastecimento em razão de um arranjo político, indicado pelo PP. Disse ter saído em 2012 porque não aguentava mais as pressões: “Às vezes você entra em um processo e não tem como sair. Mas eu saí. Saí em 2012, mas o processo continuava.” Então pensemos: os cargos continuam a ser indicados em razão da influência política? A resposta, obviamente, é “sim”. Tanto é verdade que Sérgio Machado deve deixar de vez a presidência da Transpetro, e caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informalmente ao menos, indicar o substituto.

E-mail
Costa referiu-se ao e-mail que ele enviou em 2009 à então ministra Dilma Rousseff, revelado por reportagem de VEJA. Só para lembrar: na mensagem, ele alertava para o fato de que o TCU recomendara a suspensão de recursos para obras da Petrobras — justamente aquelas em que havia corrupção. E Paulo Roberto sugere que o governo deveria ignorar as advertências. E Lula as ignorou, é bom destacar.

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O ex-diretor da Petrobras, nesse particular, contou uma história um pouco inverossímil: disse que só mandou o e-mail porque estava “enojado” com o que se passava na empresa. Não dá par cair nessa conversa. Membro ativo da quadrilha, o texto sugere que ele estava é preocupado com a possibilidade de ver secar a fonte. Ele sustenta ainda que o petista José Sérgio Gabrielli, então presidente da estatal, teve conhecimento prévio da mensagem.  De todo modo, aquele e-mail revela que Dilma e Lula tinham como ter estancado a sangria.

E as provas? Paulo Roberto responde: “Não tem nada na delação que eu não confirme. É um instrumento extremamente sério. Não pode ser usado de artifício. O que está lá, eu confirmo. Provas? Estão existindo, estão sendo colocadas. Falei de fatos, dados e das pessoas. Tudo o que eu falei eu confirmo”. A terra ainda pode tremer. Até porque ele reafirmou que “algumas dezenas” de políticos estão envolvidos na roubalheira.

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