A USP e a democracia do juiz Laroca
O juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, negou liminar de reintegração de posse à Reitoria da USP, E resolveu fazer uma espécie de manifesto em favor da invasão do prédio. Escreveu: “A ocupação de bem público (no caso de uso especial, poderia ser de uso comum, por exemplo, […]
O juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, negou liminar de reintegração de posse à Reitoria da USP, E resolveu fazer uma espécie de manifesto em favor da invasão do prédio. Escreveu:
“A ocupação de bem público (no caso de uso especial, poderia ser de uso comum, por exemplo, uma praça ou rua), como forma de luta democrática, para deixar de ter legitimidade, precisa causar mais ônus do que benefícios à universidade e, em última instancia, à sociedade. Outrossim, frise-se que nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”
Então…
Ontem, os invasores e grevistas, uma minoria extrema da USP, decidiram promover o que chamam de “cadeiraço”. Lotaram com cadeiras os corredores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), um verdadeiro ninhal de sectários do PSOL e do PSTU, para impedir que os estudantes — que não aderiram à greve — tivessem aula.
Essa é a democracia de Laroca. Afinal, para ele, é normal a luta social causar transtorno, alteração da normalidade e tal. Assim, o normal é que o PSOL e o PSTU se imponham pela força, mesmo quando a esmagadora maioria não quer a greve. Ah, sim: sugiro ao doutor que cuide melhor da inculta e bela. A sua tripla negação “nenhuma luta (…) que não cause (…) não tem” é de lascar!
Em seu despacho, como informei aqui, Laroca preferiu dar um pito na Reitoria, que acusou de intransigente. Jamais lhe ocorreria, pelo visto, admoestar os trogloditas do PSOL e do PSTU que impedem a entrada dos estudantes no prédio em que estudam, cassando-lhes um direito.
Para encerrar: desde quando invadir Reitoria a marretadas para exigir eleição direta para reitor é “luta social”?
Defina “luta social”, juiz Laroca!