A suspensão da cartilha. E o coronelismo rosa-choque
A distribuição daquela cartilha (ver posts abaixo) que ensina como consumir drogas sob o pretexto de aplicar a política de redução de danos foi suspensa. Ainda que um certo Beto de Jesus, de uma tal ABGLTT (faltam algumas letras no alfabeto, ou é impressão minha?), tenha protestado, um tanto irado, dizendo que o panfleto repete […]
Reparem que jamais emprego a expressão “opção sexual”. O indivíduo pode optar o que fazer com a sua sexualidade, seja ela qual for, mas não pode escolhê-la. Não é o caso de omitir o óbvio: certos grupos, por conta de um conjunto de fatores, acabam mais próximos de práticas ilegais, inclusive o consumo de drogas, chaga social que, claro, não é exclusiva de classe, sexo ou idade. Mas há, sim, as pessoas mais expostas. E a obrigação ética da tal associação seria combater o consumo de drogas. Ponto. Sem considerandos.
Assim como petralha acha que “representa” o conjunto dos brasileiros, certos gays militantes pretendem implementar no Brasil o Coronelismo Rosa-Choque: querem-se não apenas donos de uma causa, mas também da verdade. Um outro sujeito, do Ministério da Saúde, falou ao Jornal Nacional. No estilo desse governo, nem apoiou nem censurou a cartilha, embora ela conte lá com a logomarca da gestão Lula. Os coronéis gays querem ser também uma autoridade em saúde pública. David Uip, o maior especialista do país em Aids, não tem dúvida: o material é equivocado.
A tal parada, de resto, é a expressão carnavalesca não de uma condição sexual, mas de uma — aí, sim — opção comportamental. Os coronéis rosa-choque são donos do movimento gay, não da legislação brasileira ou de todos os gays — é certo que muitos repudiam seus métodos e sua tentativa de criar uma cultura própria.
De resto, insisto: não basta suspender a cartilha. O material tem de ser examinado por quem de direito: o Ministério Público. Ou também isso vai ser ignorado?