Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

A pesquisa Datafolha, a política, a democracia e o estado de direito

Conforme o previsto — e, já disse, essa gente jamais me surpreende —, uma revoada de urubus veio para o blog: “Viu o Datafolha? Cococó, kkkkkk, auauaua, oinc-oinc, não mudou nada. O truque de vocês (sic) não está funcionando”. Os petralhas chamam de “truque”, com essas onomatopéis e sonoros relinchos e zurros,  as patifarias que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h17 - Publicado em 11 set 2010, 00h05

Conforme o previsto — e, já disse, essa gente jamais me surpreende —, uma revoada de urubus veio para o blog: “Viu o Datafolha? Cococó, kkkkkk, auauaua, oinc-oinc, não mudou nada. O truque de vocês (sic) não está funcionando”. Os petralhas chamam de “truque”, com essas onomatopéis e sonoros relinchos e zurros,  as patifarias que os próprios petistas fizeram com o sigilo fiscal de tucanos e da filha e do genro do presidenciável José Serra. Não estranho que pensem assim. Foi a mensagem que seu líder, Lula, passou na TV. Colunistas repetem a mesma coisa. Até Marina Silva, tirando uma casquinha do episódio, refere-se às milhares de violações para tentar mitigar o caráter político da investida. Agora, crescem as evidências do que chamei “farsa dentro da farsa” (ver posts abaixo). Não há dúvida de que o Estado brasileiro está sendo usado para atender aos interesses de um partido. É parte do processo de mexicanização da política, negado pelo adesismo cretino. Mas falemos dos números e do futuro.

NÃO! A ELEIÇÃO AINDA NÃO ACABOU! Às vezes, 23 dias são uma eternidade. Mas isso não me preocupa nem me pauta. No dia 4, quando ficou mais do que evidente o caráter político-eleitoral das safadezas, escrevi um post intitulado CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS!. E escrevia ali:
Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma. Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos.”

Marqueteiros costumam dizer: “Quem bate perde eleição”. Não sou marqueteiro, além de achar essa máxima uma bobagem desmentida pelos fatos. Mas isso não importa agora.  Para onde se olhe, o que se enxerga, à diferença do que reza a propaganda oficial, é a desconstituição do estado de direito e do estado como ente neutro, que representa a nação. Há um contínuo processo de privatização da administração pública — uma privatização bem particular, porque o “bem” é arrematado por um partido. Aliás, compreende-se o amor do PT por estatais: não as querem vendidas em leilões públicos porque as querem tomar em ações privadas, de que só participam os companheiros. Isso, sim, é “privataria”. Mas essa, pelo visto, é admirada por Eremildo, o Idiota.

Sé é assim a cada canto, em cada coisa, nos mínimos detalhes, por que supor que seria diferente no coração mesmo do poder? É uma questão de lógica. Não se trata de teoria conspiratória, de acusar os superpoderes do petismo para fazer guerrinha eleitoral — não disputo o poder; não é problema meu; eu diria até que essa gente me fornece matéria-prima para muito divertimento —, mas de reconhecer que existe um grupo no poder que tem um método. E ele não é bom porque despreza o estado de direito e rebaixa as instituições.

A farsa de uma “guerra ideológica” é só o cenário onde se dá, de fato, a guerra por recursos, por bens, pela grana, pelas benesses do estado. Outros governos poderão ter manipulado o dinheiro público em benefício de grupos, mas duvido que tenha havido algo parecido com isso a que se assiste hoje. O estado está se desconstituindo. Nada mais se resolve nos canais tradicionais da administração. LULA É SÓ A FACHADA DE UM GOVERNO PARALELO. E Dilma é candidata a substituí-lo.

Continua após a publicidade

Isso é o que está em jogo. Não apóio esse ou aquele. Eu repudio um modo de fazer política, que tem o requinte adicional de vir colorido com as tintas falsas dos “movimentos populares” e dos “sindicatos”, meros aparelhos partidários. Como diria o poeta, “o todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte”. O governo Lula é uma unidade. Se o mandatário manda as leis às favas num palanque, por que não a mandaria em circunstâncias que podem ser ainda mais lesivas para a nação e os cofres públicos? Trata-se de um juízo lógico.

Assim, para definir o futuro presidente da República, é certamente relevante Serra ter 27%, 30% ou 37%. Para definir a minha reação diante das pesquisas, os números são bem menos importantes. Quaisquer que sejam, minha determinação não muda:
– digo “não” à degradação institucional;
– digo “não” à mistificação;
– digo “não” a larápios travestidos de amigos do povo;
– digo “não” à privatização do estado.

Podem relinchar à vontade. Mais relincham, mais me assanha a vontade de lhes correr as esporas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.