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A indecente indenização de Genoino

José Genoino, ex-presidente do PT, irmão daquele cujo assessor foi flagrado com US$ 100 mil na cueca e R$ 100 mil em espécie numa maleta, vai receber outros R$ 100 mil como anistiado político. É indecente. Quando ele pertencia ao PC do B, dirigiu-se ao Araguaia para fazer a guerrilha e instaurar o comunismo no […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h23 - Publicado em 27 jul 2006, 20h54
José Genoino, ex-presidente do PT, irmão daquele cujo assessor foi flagrado com US$ 100 mil na cueca e R$ 100 mil em espécie numa maleta, vai receber outros R$ 100 mil como anistiado político. É indecente. Quando ele pertencia ao PC do B, dirigiu-se ao Araguaia para fazer a guerrilha e instaurar o comunismo no Brasil. Foi um dos primeiros guerrilheiros presos, ainda em abril de 1972. Ele diz que foi torturado, o que é negado por aqueles que o prenderam. Seu chefe político, Lula, que nem alega ter apanhado, é menos modesto: recebe mais de R$ 4.200 por mês. Pelo resto da vida. Afinal, ficou 30 dias na cadeia quando líder sindical, jamais deixou de receber o salário do sindicato, estava construindo o PT que o levaria à Presidência, mas, ainda assim, não abre mão da “reparação”. E ganha acima do teto que ele próprio — ou seu governo — estabeleceu para os outros aposentados. Já escrevi algumas vezes e repito: as famílias daqueles presos que desapareceram nas mãos do Estado merecem, sim, indenização. Ele não pode fazer desaparecer indivíduos, matá-los sem direito de defesa. Já os que morreram em confronto, tentando derrubar o governo, ou foram presos durante o processo, bem, aí não dá. As pessoas fizeram opções, escolhas morais. É mentira que a luta armada foi a única saída de quem se opunha ao AI-5. A Guerrilha do Araguaia já estava decidida antes da decretação do ato que instituiu a ditadura plena no Brasil. Felizmente, as vítimas, incluindo os guerrilheiros, da ditadura militar são, com boa vontade, menos de 500. A ditadura comunista que Genoino tentou implantar teria matado e exilado muito mais. Nos dois primeiros anos da “democracia” de Fidel e Guevara, 150 mil deixaram Cuba. Pol Pot matou 3 milhões no Camboja; Mao Tse-Tung, o maior facínora da história da humanidade, matou 70 milhões. Genoino teve tempo de reconstruir a sua vida. Já recebe aposentadoria como deputado. É candidato à reeleição. Ainda que fosse um mártir — e ele não é —, as mentiras reiteradas que contou, negando a existência até mesmo do caixa dois no PT (tenho guardada a fita do Roda Viva e da entrevista coletiva que deu), teriam zerado a sua conta com a história. Deveria doar o dinheiro às crianças pobres. É uma questão de moralidade e decoro. Alguém já agiu de forma diferente? Já. José Serra, por exemplo, foi exilado pelo golpe — e não pegou em trabuco. Requereu a reparação. Obteve o direito. E abriu mão dele. É assim que se faz.
OS NÚMEROS – Não acreditem em mim. Acreditem no petista Nilmário Miranda, candidato do PT ao governo de Minas. No livro Dos Filhos Deste Solo, escrito em parceria com Carlos Tibúrcio, ele diz que são precisamente 424 as vítimas da ditadura, incluindo pessoas que, mesmo sem militância, acabaram mortas por razões supostamente ligadas à política. Casos analisados para efeitos de indenização mesmo foram, precisamente, 364. Pessoas mortas comprovadamente vinculadas a ações políticas, 293. Qualquer comunista amigo de Genoino em 1972 diria que os nossos ultradireitistas são uns molengas! É preferível assim.

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