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A incrível história de Mirian Dutra e da jornalista que teria guardado um segredo por 13 anos. A narrativa não para em pé

Tenho a impressão de que uma tal "Operação Mirian Dutra" deu com burros n'água

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h03 - Publicado em 9 abr 2016, 19h47

Mirian Dutra concedeu nesta sexta uma entrevista a Mariana Godoy, na RedeTV! Ainda que conduzida com extrema cordialidade, ela se saiu muito mal. Algumas perguntas muito precisas, feitas em meio a uma conversa amena, mereceram respostas evasivas, tangenciando o absurdo.

Não estou afirmando, mas tenho o direito de desconfiar de que o buliçoso episódio Mirian Dutra, desde a sua primeira entrevista, estava destinado a um tiro de canhão e acabou um estalo de biriba.

O que deveria ser um estrondo virou só um suspiro de melancolia. Para a tristeza do PT, de Lula, dos blogs sujos e de certos “spin doctors”, que apostavam que o caso poderia reverter o clima “fora Dilma”. Saiu tudo pelo avesso. Sua performance na RedeTV! foi a desmoralização final.

Mirian depôs à Polícia Federal na quinta, no inquérito aberto, o que não deixa de ser espantoso, para investigar eventual remessa ilegal de dinheiro pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Atenção! Ainda que as piores versões que circulam fossem verdadeiras, não há indício de crime. Mas sabem como é… Vamos investigar FHC já que Lula virou caso de polícia. É um nojo. Adiante.

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Mirian depôs na quinta, e seus advogados divulgaram uma nota na sexta. Síntese: o dinheiro enviado por FHC serviu à educação do filho; não se menciona o nome Brasif, empresa que teria sido utilizada por FHC entre 2002 e 2006 para remeter o dinheiro; ela saiu do Brasil em 1992 porque quis; foi funcionária da Globo por 30 anos, em regime de exclusividade. Ou por outra: tudo o que andou saindo na imprensa depois da primeira entrevista — à tal revista “Brazil com Z” — faria parte, com mais intensidade ou menos, da mente criativa de jornalistas.

Sugeriu, na entrevista, contra as evidências de dois exames de DNA feitos nos EUA, que Thomas é, sim, filho de FHC. Indagada uma segunda vez a respeito, disparou um “o problema é meu”. Então tá!

Maluquice
Aos 54min20s, tem-se o momento de surrealismo explícito. O repórter Mauro Tagliaferri lhe pergunta se, afinal, ela concedeu ou não uma entrevista  à jornalista Mônica Bergamo, da Folha, em que afirma que recebeu a pensão paga por FHC por meio da empresa Brasif entre 2002 e 2006.

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E eis que vem a resposta surpreendente. Segundo ela, a conversa com Mônica teria ocorrido em… 2003!!! Vale dizer: Mirian Dutra afirma que a sua entrevistadora guardou a informação por 13 anos! Por que faria isso?

Basta ler o texto, no entanto, para constatar que a conversa certamente é coisa recente. Aliás, em entrevista anterior a Natuza Nery, também da Folha, ela já cita “uma empresa”. É bom lembrar que à revista “Brazil com Z”, ela não havia tocado nesses assuntos. Parece que as revelações obedeciam a uma espécie de programa.

Mirian Dutra aproveitou também para negar qualquer associação com Mirian Cordeiro, aquela usada por Collor contra Lula na campanha eleitoral de 1989. E negou que tenha recebido dinheiro para “romper o silêncio”.

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Bem, meus caros, eu é que não vou dizer o contrário. Ficou evidente, depois da entrevista, que as histórias de Mirian Dutra simplesmente não fazem sentido. Não especulo sobre as suas motivações. Apenas reitero isto: apostava-se que ela poderia ser uma arma mortal. Tudo acabou caindo no ridículo.

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