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A guerra, o jato e o fato

Estou aqui, como sabem, para dizer o que penso sobre um monte de coisas. Mas não só isso. Também gosto da tarefa que me impus de ser parceiro de vocês no esforço de ler os fatos e de ler as notícias, que são coisas distintas. Lembrei, num post de ontem, a afirmação do senador americano […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h31 - Publicado em 20 mar 2011, 07h45

Estou aqui, como sabem, para dizer o que penso sobre um monte de coisas. Mas não só isso. Também gosto da tarefa que me impus de ser parceiro de vocês no esforço de ler os fatos e de ler as notícias, que são coisas distintas.

Lembrei, num post de ontem, a afirmação do senador americano Hiram Johnson, segundo a qual, na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade. E o fiz num texto em que afirmei que um avião dos rebeldes, derrubado pelas forças de Kadafi, foi mostrado ao mundo como pertencente às forças do coronel e exemplo de que o ditador violava o anunciado cessar-fogo. Como quase todo “o” mundo — literalmente — estava afirmando o contrário, muita gente perguntou: “Tirou a informação de onde?” Antes de responder, assistam ao vídeo.

https://www.telegraph.co.uk/telegraph/template/utils/ooyala/telegraph_player.swf

De onde?
A informação está no The Telegraph, com o depoimento de um líder rebelde atestando que o caça estava sob o controle dos inimigos de Kadafi. A AFP, insuspeita de estar alinhada com o tirano, apurou a mesma coisa, também com declarações de insurgentes, que admitem ter o controle de alguns aviões, só que meio “velhos”.

Kadafi é um assassino desprezível? É! A verdade, ainda que incômoda, deve ser ignorada para que o mundo se livre do abominável? Não! Nunca! Há os fatos, e há as notícias. A Internet está coalhada de imagens sobre a Líbia, às pencas. Muitas delas exibem os rebeldes em triunfo. Imagens de ataque das “forças aliadas” já estão em toda parte. O que justifica a ação é o “massacre” dos civis.

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Vocês já notaram que, assim como inexiste um filme com a violação do cessar-fogo, inexistem imagens dos “massacres”? A Al Jazeera, diligente, está em toda parte. Tudo está ao alcance de um simples celular. Cadê? Eu não estou negando que tenham acontecido, não! Eu espero as piores coisas de Kadafi! Quem esperava as melhores era Nicolas Sarkozy, que se elegeu com dinheiro líbio. Eram os ingleses, que libertaram terroristas em troca da bufunfa do maluco. Era Barack Obama, que o tinha como aliado na guerra contra o terror. Eu acho que o facinoroso é capaz de tudo! Mas cadê os massacres? Divulgar as imagens mundo afora é do interesse dos rebeldes.

E só para encerrar: como lembrei aqui há três dias, a imposição da zona de exclusão aérea requer certas precondições: destruir baterias antiaéreas, detonar pistas de pouso, estradas etc. Não se fará isso sem vítimas e sem causar graves danos à infra-estrutura do país. O humanismo globalizante do Arnaldo Jabor e do Clóvis Rossi ficará aquecido, claro!, mas também haverá muitas mortes e a imposição de sacrifício a todos os líbios. E isso está sendo feito num ambiente em que as impotências ocidentais escolheram um dos grupos que protagonizam a guerra civil. É bem provável que o avião rebelde seja “oficializado” como avião de Kadafi. Não pega bem à causa constatar que os insurgentes têm caças…

Ficaremos juntos por muito tempo ainda. Teremos como avaliar a grande obra de Barack Obama no Oriente Médio.

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