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A cara vai ser de Dilma

O presidente do PT diz que cabe aos profissionais criar uma marca própria para Dilma, admite que Lula comandará a campanha e define seu partido como de esquerda Por Otávio Cabral e Daniel Pereira, na VEJA: Cristiano Mariz “Acho errado produzir uma Dilma artificial. O problema são as inevitáveis comparações com o Lula” José Eduardo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h25 - Publicado em 1 Maio 2010, 06h55
O presidente do PT diz que cabe aos profissionais criar uma marca própria para Dilma, admite que Lula comandará a campanha e define seu partido como de esquerda


Por Otávio Cabral e Daniel Pereira, na VEJA:

Cristiano Mariz
“Acho errado produzir uma Dilma artificial. O problema são as inevitáveis comparações com o Lula”

José Eduardo Dutra assumiu a presidência do PT há quase três meses com a missão de coordenar a campanha presidencial de Dilma Rousseff. Missão difícil, como ele mesmo define. Dilma jamais disputou uma eleição, e essa inexperiência tem provocado entre os próprios petistas muitas indagações neste início de campanha. Para contornar os problemas, Dutra conta como poderoso trunfo a popularidade recorde do presidente Lula e sua influência dominadora sobre o partido. Mas esse trunfo também é motivo de preocupação diante da constatação de que Lula talvez seja praticamente o único patrimônio ponderável do partido e de sua candidata. Questionado sobre qual marca Dilma deve buscar para não ser apenas um subproduto de Lula, Dutra pensa, coça a cabeça, olha para o chão e responde: “É difícil!”.

O ex-governador José Serra propõe fazer mais, acelerar os avanços, e a ex-ministra Dilma Rousseff adota um discurso agressivo. A campanha presidencial não começou com os papéis invertidos?
Nós, dirigentes do PT, não temos adotado nenhuma postura agressiva em relação ao candidato  José Serra. As principais lideranças da oposição é que estão muito agressivas. Vêm tentando desqualificar a Dilma. É só ver as entrevistas do presidente do PSDB. Por outro lado, a oposição descrevia o governo Lula há até pouco tempo como uma tragédia para o Brasil. Como estava trombando com a realidade, seu candidato tenta agora atenuar esse discurso beligerante dizendo que vai continuar o que é bom e corrigir o que está ruim. Se o governo está tão bom, se deve ser tão elogiado, por que mudar, por que eleger alguém da oposição? Vamos eleger alguém do governo que assumidamente é a continuidade desse projeto.

A campanha tende a ser agressiva e com baixaria?
Espero que não, mas vamos dançar de acordo com a música. O que me preocupa é a postura das principais lideranças do PSDB, do DEM, do PPS contra a Dilma. É uma postura agressiva, desqualificadora, preconceituosa, atrasada. E isso acaba contaminando a militância. Quando um dirigente partidário chama a Dilma de terrorista, dá margem à militância e ao pessoal de baixo para radicalizar ainda mais. Nosso site já foi invadido. É claro que não foi a mando da direção do PSDB. Mas foi invadido por pessoas no mínimo simpatizantes do partido. Vamos lembrar que, em 2006, na reta final da campanha, uma eleitora do Alckmin arrancou o dedo de uma eleitora do Lula em um bar no Leblon. Preocupa-me as coisas já estarem tão acirradas, porque isso pode levar a um ponto em que você não tem mais controle.

O PT acredita mesmo em uma conspiração da imprensa contra a ex-ministra Dilma Rousseff a ponto de fazer propaganda subliminar?
Há uma profunda má vontade de setores da imprensa contra a Dilma. Existem articulistas que transformaram suas colunas em libelos contra a nossa candidatura. Mas há uma coisa da qual a gente não pode fugir: a Globo está fazendo 45 anos, e 45 é o número do PSDB. Quando vi a propaganda, naturalmente me veio uma associação entre a campanha da Globo e a do Serra – que a própria Globo acabou admitindo, tanto é que tirou a campanha do ar para evitar maiores polêmicas. Não acho que tenha havido uma associação intencional. Com relação à imprensa, da mesma forma que somos criticados, queremos ter o direito de responder a manifestações que considerarmos preconceituosas, que nos ataquem ou sejam inadmissíveis do ponto de vista de uma relação civilizada. Não vamos fazer nenhuma ação contra a imprensa em geral, mas vamos responder aos ataques que recebermos.
(…)
Até o episódio do mensalão, o PT se escorava no discurso da ética e do combate à corrupção. Hoje não se viu ainda a ex-ministra Dilma tocar nesse assunto.
O mensalão foi uma grife que pegou como toda grife. Mas o mensalão, nos termos em que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, não houve. Por que cargas-d’água o ex-deputado Roberto Brant (DEM) recebeu dinheiro lá no Banco Rural se ele nunca votou com o governo? Por que o Professor Luizinho, que era líder do governo, receberia 20 000 para votar? Por que o João Paulo Cunha, que era presidente da Câmara e nunca votava, iria receber dinheiro?

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Por quê?
Era caixa dois. É público e notório. O que houve foi crime eleitoral. Não estou atenuando, não estou tirando a gravidade de que é crime também. Agora, o mensalão, nos termos em que foi colocado, volto a repetir, não existiu.

Mas caixa dois do quê, se todos eles já estavam eleitos?
Não era ano eleitoral parlamentar, mas esse dinheiro foi usado para saldar dívidas das campanhas municipais do ano anterior de candidatos ligados aos deputados.

Mas o fato é que o discurso sumiu…
O escândalo serviu para atenuar a postura udenista do PT, de achar que a ética é um objetivo, quando na verdade tem de ser uma obrigação de toda atividade política. Serviu também para mostrar que não somos um conjunto de freiras franciscanas dentro de um bordel. A ética é uma obrigação. Deixa de ser o palanque principal. Ela tem de ser um alicerce da campanha, e não aquilo que está em cima.
(…)
Duda Mendonça, ex-publicitário do PT, considera um erro tentar construir uma imagem diferente para Dilma. O senhor concorda?
Nós não estamos tentando construir uma imagem diferente. Também acho errado produzir uma Dilma artificial. O problema são as inevitáveis comparações com o Lula. Qualquer que fosse o candidato, quando comparado com o Lula na comunicação e no carisma, estaria em desvantagem. A Dilma tem de ser ela mesma. O eleitor percebe quando o candidato é artificial. Por isso não temos de construir uma nova Dilma. Este período está servindo para ela pegar traquejo de candidata, não para se transformar.
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