…E LULA CONSEGUIU DEFENDER A DEMOCRACIA POR MAUS MOTIVOS! NÃO TEM JEITO! O MAL É INCURÁVEL!
Num dos posts abaixo, vocês lerão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu defender a democracia num país africano que é uma ditadura — uma das muitas que ele visita por aí. Foi mais longe: chegou a se referir ao opositor do mandatário. Agiu assim um dia depois de o ministro das Relações […]
Num dos posts abaixo, vocês lerão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu defender a democracia num país africano que é uma ditadura — uma das muitas que ele visita por aí. Foi mais longe: chegou a se referir ao opositor do mandatário. Agiu assim um dia depois de o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, num de seus habituais surtos de falta de decoro, ter defendido a aproximação do governo brasileiro com o tirano da Guiné Equatorial. Por quê? Tudo negócio, deixou claro o Megalonanico. Empresas brasileiras sairiam lucrando com isso, e, vocês sabem, é preciso ser pragmático…
Sei, sei… O governo Lula costuma esquecer o pragmatismo quando lida com democracias. Com as ditaduras, tem uma impressionante racionalidade fria! Mas, então, por que escolher justamente o Quênia, já em final de mandato, para o discurso de estréia em defesa da democracia?
Lula não defendeu a democracia em Cuba. Lula não defendeu a democracia na Venezuela. Lula não defendeu a democracia na Bolívia. Lula não defendeu a democracia na Líbia. Lula não defendeu a democracia no Irã. Lula não defendeu a democracia na Síria. Lula não defendeu a democracia em lugar nenhum! O Brasil ajudou a proteger até o genocida que governa o Sudão!!!
Mas este coração valente defendeu a democracia no… Quênia!!! O que o país têm de tão especial, gente? Ainda não lhes ocorreu? Claro que sim! Quênia é o país onde nasceu o pai de Barack Obama, presidente dos EUA. À sua maneira e sob a inspiração do Itamaraty, Lula está tentando dar um patada com ferradura de pelica no presidente dos EUA. Não que a defesa da democracia em qualquer lugar, em si, seja uma coisa ruim. Quando, no entanto, essa defesa é seletiva, as palavras se tornam meros instrumentos da politicalha, da política minúscula, do complexo de inferioridade tornado arrogância.
O companheiro está com Obama pelas tampas. E por vários motivos. Um é mesmo de natureza psicológica: não suporta o que entende ser a grandeza alheia e tenta desmoralizá-la. Faz isso, no ambiente doméstico, com FHC. E com impressionante brutalidade retórica. E não engole Obama de jeito nenhum! Se bem se lembram, ele já chegou a sugerir que a sua eleição, no Brasil, é um evento mais importante do que a eleição de um negro nos EUA. Vive em competição. Aqui e ali, especulava-se que poderia se candidatar até a secretário geral da ONU. Os EUA deixaram claro que, bem…, não concordam com a idéia. Como os americanos pagam a conta daquela “mega-ONG”, são eleitores bastante influentes… Washington já sabe qual é a do “cara”. Obama vai visitar o Brasil, mas só depois das eleições. Lula fez um muxoxo e afirmou que ONU é coisa para burocratas, revisitando a fábula da raposa e das uvas verdes…
Está explicado o surto de amor pela democracia que o companheiro teve no Quênia. Quando se trata de fazer uma provocação ao presidente americano — Obama deve ter ficado tão agastado!!! —, Amorim diria que os negócios podem esperar. O compromisso deste gigante com o ridículo é inquebrantável!
É de lascar! Lula conseguiu, no Quênia, defender a democracia por maus motivos. Não tem jeito! Há coisas que são incuráveis porque estão no DNA — no caso, o DNA político e moral.