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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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“Their way”. Ou: O fim do PT está próximo. Ou mais claramente: O PT está morto!

Não encontrei a explicação, mas deve ser boa, para Pedro Barusco chamar Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços da Petrobras, de “My way”. Para refrescar a memória, como se preciso fosse: em depoimento prestado à Justiça Federal em novembro, Barusco afirmou que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, deve ter amealhado […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h10 - Publicado em 6 fev 2015, 06h53

Não encontrei a explicação, mas deve ser boa, para Pedro Barusco chamar Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços da Petrobras, de “My way”. Para refrescar a memória, como se preciso fosse: em depoimento prestado à Justiça Federal em novembro, Barusco afirmou que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, deve ter amealhado em propina algo entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões só na diretoria de Duque. O acusador, como sabemos, fez acordo de delação premiada e aceitou devolver US$ 97 milhões.

Pois é. Esse é o jeito deles: “their way”.  A música “My Way”, uma versão de Paul Anka, ganhou o mundo na voz daquele que era conhecido, metonimicamente, como “A Voz”: Frank Sinatra. A letra é eloquente e poderia servir como uma crônica do, como direi?, “jeito” petista de fazer as coisas.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=6E2hYDIFDIU%5D

Agora o fim está próximo,
e eu encaro a etapa final.
Meu amigo, eu vou falar com clareza,
vou expor meu caso. Tenho certeza
de que vivi plenamente.
Percorri cada uma e todas as estradas
e mais, muito mais:
eu fiz isso do meu jeito.

A música original é do francês (nascido no Egito) Claude François. Não tem aquele tom, digamos, existencialista da versão americana. Os franceses são mais dramáticos e desesperados tanto no amor como na revolução. Vejam aí.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=EQbybO_ReiM%5D

Eu desperto e a procuro,
Mas você não acorda. Como de costume.
Eu estendo o lençol sobre o seu corpo.
Temo que você esteja com frio. Como de costume.
Minhas mãos acariciam seu cabelo
sem que eu perceba. Como de costume.
Mas você me dá as costas.
Como de costume.

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Pois é, meus caros. O fim do PT está próximo, como na versão celebrizada por Sinatra. O partido começa a se defrontar com a sua própria história. É claro que não estou aqui a anunciar a desaparição do Partido dos Trabalhadores. Eu anuncio aqui, isto sim, a morte daquele “ente de razão” que tentou se organizar como o imperativo categórico.

Eu anuncio aqui a morte daquela legenda que ambicionou dominar todo o espectro político, da extrema direita à extrema esquerda.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que sonhou substituir a sociedade por um aparelho burocrático.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que ousou imaginar uma reforma política que o eternizasse no poder.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que planejava o “controle da imprensa”.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que, enquanto acenava com a escatologia socialista, conspirou para manter o empresariado debaixo do seu cabresto.

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Eu anuncio aqui a morte daquele partido que fez da trapaça, da mentira e do estelionato eleitoral categorias de pensamento.

Eu anuncio aqui a morte da sociedade sonhada pelos petralhas.

No fim de “Comme d’habitude”, o eu-lírico diz que, como de costume, ele se deitará na cama com a parceira e até farão amor. Mas será tudo fingimento — “como de costume”.

A era do fingimento acabou. O PT se organizou para golpear a democracia. Como de costume. E estamos cansados disso.

O nosso jeito é a democracia. E isso quer dizer que o PT não tem jeito. E chegou ao fim.

Texto publicado originalmente às 3h17
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