Carta aberta assinada por 55 entidades ligadas às políticas públicas de planejamento urbano no país avaliam como inaceitável a descontinuidade de investimentos na realização do censo demográfico. “Observamos estarrecidas a redução dos recursos utilizados pelo IBGE no Censo decenal e consideramos que esta decisão equivocada, aprovada dia 26/03/2021, configura-se como uma pá de cal no planejamento, na implantação e no acompanhamento de políticas públicas que impactam a vida dos cidadãos brasileiros”, dizem.
O IBGE teve um corte de mais de 90% da verba para a execução do Censo 2021 após mudanças no Orçamento. Na sexta-feira, a presidente do órgão pediu demissão. Em março de 2020, o IBGE anunciou o adiamento do Censo para este ano por conta da pandemia. À época, o órgão decidiu suspender o concurso com mais de 200.000 vagas para recenseadores.
Segundo as entidades, o abandono do censo significa “um golpe mortal em um instrumento que garante à sociedade brasileira o conhecimento de seus reais problemas”. A carta afirma também: “É inaceitável que o Ministério da Economia corrobore com uma prática que apequena o planejamento governamental por absoluta falta de dados atualizados e consolidados”
O documento é assinado por diversas federações, associações, sindicatos e institutos de pesquisa de referência nacional, como o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), a Federação Nacional dos Arquitetos Urbanistas, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR), a Associação de Geógrafos do Brasil (AGB) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). As entidades cobram do governo federal a retomada dos recursos para a realização do Censo 2021.