Radar TVeja: Teori e Moro não são heróis nem vilões
Foi-se o tempo em que os juízes eram figuras anônimas, protegidas pelas togas e que só se manifestavam nos autos. Aquele que sempre foi acusado de ser o menos transparente e menos democrático dos Poderes ganhou protagonismo, e os magistrados, hoje, gozam da condição de heróis ou vilões nacionais. O ministro Teori Zavascki, da Lava-Jato, […]
https://videos.abril.com.br/veja/id/aecca932e3868ca23c87965927d5d322?
Foi-se o tempo em que os juízes eram figuras anônimas, protegidas pelas togas e que só se manifestavam nos autos. Aquele que sempre foi acusado de ser o menos transparente e menos democrático dos Poderes ganhou protagonismo, e os magistrados, hoje, gozam da condição de heróis ou vilões nacionais.
O ministro Teori Zavascki, da Lava-Jato, já vivenciou os dois extremos da fama. Teve decisões suas reverenciadas pela opinião pública, como quando validou a delação de Delcídio do Amaral, mas desde terça-feira vive uma execração virtual por conta da decisão de sustar as investigações decorrentes do grampo no ex-presidente Lula.
Situação semelhante é vivida pelo juiz Sergio Moro, elevado à condição de salvador da pátria pelos defensores do impeachment de Dilma Rousseff e chamado até de fascista pelos defensores do PT.
O novo status conferido ao Judiciário se deve a vários fatores. Os principais são o desgaste dos políticos e a extrema judicialização das questões nacionais – tudo, do impeachment de Dilma às decisões da Lava-Jato, passa pelo Judiciário.
Na falta de líderes políticos em quem confiar, a população se volta para os juízes, numa inversão de papeis perigosa e desaconselhável dado o papel institucional de cada Poder.
O ideal, como em tudo, é moderação: nem Teori é um traidor, como pipoca em grupos de WhatsApp, nem Moro é a versão brazuca do juiz Nicolas Marshall, do seriado “Justiça Final”, dos anos 80, que saía a bordo de uma moto saía pelas ruas fazendo justiça com as próprias mãos.