Radar TVeja: Santana deve tentar usar ‘saída Duda’
Entre todos os paralelos possíveis entre o mensalão e o petrolão, os dois maiores escândalos da era petista, poucos são tão eloquentes quanto os capítulos destinados aos marqueteiros do PT. Dez anos depois de Duda Mendonça chocar o país com o depoimento em que admitiu, em rede nacional diante da CPI dos Correios, ter recebido […]
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Entre todos os paralelos possíveis entre o mensalão e o petrolão, os dois maiores escândalos da era petista, poucos são tão eloquentes quanto os capítulos destinados aos marqueteiros do PT.
Dez anos depois de Duda Mendonça chocar o país com o depoimento em que admitiu, em rede nacional diante da CPI dos Correios, ter recebido no exterior pela campanha de Lula, é a vez de João Santanam que o substituiu no marketing petista, colocar a presidente Dilma Rousseff em xeque.
A ironia fica por conta de que, ex-sócios, Duda e Santana hoje são desafetos.
Ainda assim, defesa de Santana deverá seguir o roteiro adotado por Duda, que lhe rendeu uma rara absolvição no festival de condenações do mensalão em 2012.
Deve admitir ter recebido recursos no exterior, mas negar sua relação com as campanhas de Lula, Dilma e outros petistas. Vai se dispor a pagar o que eventualmente seja devido à Receita e tentará escapar da imputação de crimes mais graves, como lavagem, evasão de divisas e corrupção passiva.
O caroço no angu é que, agora, a Lava-Jato tem um raio-X muito mais detalhado da complexa rede de off-shores e pagamentos a Santana no exterior. Mais: a força-tarefa sustenta ter evidências de que dinheiro desviado da Petrobras irrigou essa rede.
Caso isso seja provado, o caso Duda terá sido o que foi o mensalão diante do petrolão: apenas um prelúdio pueril, quase modesto.