Lava-Jato: Procurador da Suíça presta depoimento sobre encontros informais
Vai sobrar para todo mundo: FIFA, CBF, Petrobras e Odebrecht
O procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, vai prestar depoimento nos próximos dias às autoridades de seu país sobre seus encontros informais com excelências de toda natureza.
As reuniões fora da agenda aconteceram com figurões da Fifa, CBF, Odebrecht e Petrobras, só para citar alguns. Como se sabe, há uma cooperação com a Suíça em processos envolvendo a Lava-Jato, além de uma investigação mundial quanto a casos de corrupção no futebol.
Não é segredo para ninguém que o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol são grandes fãs do trabalho de Lauber. Então juiz, Moro chegou a dizer que sem a cooperação internacional a Lava-Jato não prosperaria.
Em 2014, procuradores do MPF, entre eles Dallagnol e Orlando Martelo, passaram uma semana na Suíça consultando documentos e extratos bancários das contas do ex-executivo da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
“Nós saímos satisfeitos. A cooperação foi intensificada. Eles conhecem informações que desconheciam e nós conhecemos informações que nós não conhecíamos”, disse à época Dallagnol ao Estadão.
Na oportunidade, reuniões fora da agenda com Lauber foram realizadas.
Em sua defesa, Lauber criticou o que considera um “ataque à independência da Procuradoria-Geral”, ao transformarem suas reuniões com investigados e autoridades estrangeiras em uma “crise institucional”.
Desde o fim do ano passado, ele garante que passou a documentar todos os seus encontros que dizem respeito a investigações de qualquer natureza. É o que ele vai explicar à Suprema Corte da Suíça.