Pimentel acusa delator de movimentar R$ 8 milhões em 5 anos
Defesa do governador entregou à PGR uma relação de lotes e apartamentos negociados pelo operador Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené
A defesa de Fernando Pimentel entregou ao Ministério Público Federal um documento que, se confirmada a veracidade do conteúdo, cairá como uma bomba na Operação Acrônimo, da qual o governador de Minas é a estrela principal.
Trata-se de uma coletânea de imóveis que teriam sido comercializados pelo operador Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e por empresas e pessoas ligadas a ele.
Os advogados do petista correram cartórios de diversos municípios de Brasília e Goiás para anexar uma lista de bens patrimoniais, a maior parte de apartamentos e lotes.
No total, as transações, que englobam compras e vendas feitas entre 2012 e 2017, somam 8 milhões de reais.
Num dos negócios, de acordo com a defesa, Bené desembolsou 2 milhões de reais em espécie.
O operador foi beneficiado por um acordo de delação premiada.
Ele revelou que coletava de empresas que tinham contratos como o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, então comandado por Pimentel, recursos para abastecer a campanha do petista ao governo mineiro, em 2014.
A defesa sustenta agora que as negociações imobiliárias comprovam que Bené não repassou a grana a Pimentel, mas, sim, extorquiu as empresas em benefício próprio e tentou lavar o dinheiro.
No documento entregue à PGR em 7 de dezembro, os representantes do petista pedem que o caso seja devolvido à Polícia Federal para que se investigue a origem dos recursos e a eventual suspeita de lavagem por parte do operador.
Em última análise, o acordo firmado pelo MP com Bené correrá sério risco de rescisão, caso Pimentel esteja certo.