PGR apresenta nova denúncia contra Witzel por organização criminosa
Helena Witzel e outras dez pessoas também são alvo da nova denúncia oferecida pela subprocuradora Lindôra Araújo ao STJ
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nesta segunda-feira ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma nova denúncia contra o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por organização criminosa, a esposa dele, Helena, e outras dez pessoas. A nova acusação tem como base provas colhidas nas operações Favorito, Placebo e Tris in Idem e em colaborações premiadas.
De acordo com a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a peça, o grupo atuou nos mesmos moldes existentes em relação às demais organizações criminosas que envolveram os últimos dois ex-governadores, na estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: econômico, administrativo, financeiro-operacional e político.
Lindôra pede, além da condenação pelo crime previsto na Lei 12.850/2013, a decretação da perda dos cargos públicos, em especial em relação a Witzel, e que os denunciados sejam condenados ao pagamento de indenização mínima, no valor de 100 milhões de reais, correspondentes a 50 milhões de reais por danos materiais e os outros 50 milhões por danos morais coletivos.
De acordo com a denúncia, “a organização criminosa chefiada por Wilson Witzel é lastreada em três principais pilares, liderados por Mário Peixoto; Pastor Everaldo, Edson Torres e Victor Hugo; José Carlos de Melo”. Segundo a peça, o grupo iniciou as atividades em 2017, com a cooptação de Witzel para concorrer ao governo, que recebeu, ainda quando era juiz federal, quase 1 milhão de reais.
Além de Wilson e Helena Witzel, foram denunciados o ex-secretário e braço-direito do governador Lucas Tristão, o presidente do PSC, Pastor Everaldo, e Gothardo Lopes Netto, Edson da Silva Torres, Edmar José dos Santos, Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, Nilo Francisco da Silva Filho, Cláudio Marcelo Santos Silva, José Carlos de Melo e Carlos Frederico Loretti da Silveira, conhecido como Kiko.
Segundo a PGR, o “topo da pirâmide” do núcleo político do esquema era comandado por Witzel e pelo Pastor Everaldo. De acordo com a denúncia, o governador afastado teve participação ativa em todos os “fatos delitivos narrados”, loteando os recursos públicos em prol da organização criminosa, recebendo vantagem ilícita e lavando dinheiro a partir do escritório de advocacia da primeira-dama.