O trabalho silencioso do Exército para aplacar a crise do coronavírus
Sem entrar na briga entre Jair Bolsonaro e os governadores, a tropa segue no front lutando contra a pandemia
Nessa guerra de Bolsonaro com governadores, o Exército decidiu atuar como força silenciosa de estabilização. Enquanto o presidente cria intrigas, as tropas começaram a atuar de maneira silenciosa no front. Em todos os estados, sem discriminar inimigos do presidente.
A caserna, aliás, anda incomodada com o jogo político na gerência da crise. Consideram que o momento não é de briga, dizem que a maneira de falar de Bolsonaro desagrega e que não há espaço para confrontos.
Na terça-feira passada, dia em que o presidente atacou as ações da OMS contra o vírus, o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, divulgou um contundente pronunciamento classificando a guerra ao coronavírus de “a missão mais importante de nossa geração”.
“O momento exige união, organização e especial cuidado com nossa saúde e a daqueles que nos cercam”, afirmou o comandante. “O braço forte atuará se for necessário, e a mão amiga estará estendida mais do que nunca a nossos irmãos brasileiros”, seguiu Pujol, fazendo referência ao lema da caserna.
O Radar já mostrou que as Forças Armadas adotaram medidas contra a crise. Para blindar a tropa de contaminação, os militares estão revezando equipes entre o trabalho interno e externo. Até esta semana, eram menos de dez os militares e familiares isolados por coronavírus na tropa.