O que esperar da sabatina de André Mendonça na CCJ do Senado
Mais de quatro meses e meio depois de ser indicado por Bolsonaro para o STF, chegou a hora do ministro "terrivelmente evangélico" no Senado
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro há exatos 141 dias para ocupar a vaga de Marco Aurélio Mello no STF, o ex-ministro André Mendonça será finalmente sabatinado na CCJ do Senado nesta quarta-feira, depois de enfrentar forte resistência do presidente da comissão, Davi Alcolumbre. A demora foi um recorde
A partir das 9h, o “ministro terrivelmente evangélico” de Bolsonaro deverá se deparar com perguntas técnicas dos senadores que possuem conhecimento jurídico, além de questionamentos sobre temas polêmicos que podem lhe custar votos decisivos na CCJ e no plenário. Quem conversou com parlamentares nos últimos dias diz que a sabatina será “dura”.
Para se preparar, o ex-ministro da AGU e da Justiça passou a manhã desta terça estudando algumas questões jurídicas, mas à tarde voltou ao corpo a corpo com senadores para garantir os 41 votos necessários para ser aprovado pelo Senado. O objetivo é frustrar o suposto plano de Alcolumbre para esvaziar o quórum do plenário durante a análise da sua indicação.
Nas estimativas “mais negativas” de Mendonça, ele tem pelo menos 50 votos assegurados. Mas a votação, como se sabe, é secreta. Se a previsão otimista estiver correta, Mendonça terá uma boa folga.
Com dez indicações de autoridades pendentes até esta terça, a CCJ aprovou nove delas em uma maratona relâmpago de sabatinas, que durou menos de duas horas. A mais aguardada ficou para esta quarta.