No Rio, paciente fica internada para não sair do hospital à noite
Por orientação dos médicos, ela preferiu adiar a volta para casa em vez de jogar com a sorte
Qualquer sujeito submetido a um procedimento médico só anseia voltar para casa o quanto antes, correto?
Não numa cidade cruzada por balas perdidas, comandada por bandidos armados até o pescoço e, agora, sob intervenção. O Rio, por exemplo.
Uma carioca agendou uma internação para a terça-feira passada no Hospital Norte D’Or, em Cascadura, bairro da Zona Norte onde vira e mexe ocorre um tiroteio – aliás, como em quase todas as partes do município nos últimos tempos.
A paciente iria retirar os sisos. Concluído o procedimento, uma boa notícia. Os médicos informaram que, clinicamente, ela estava apta à ater alta.
Já animada que voltaria para casa no mesmo dia, porém, a paciente foi alertada sobre outro risco: o de trafegar naquela área à noite.
Para não jogar com a sorte, ela acolheu a sugestão de passar a noite internada e só deixar o hospital na quarta-feira, com o dia claro – livre dos sisos, mas não da ameaça permanente da violência.
O Rio vive momentos muito estranhos.