Em determinado momento, na carceragem da Polícia Federal, Nelma Kodama conta no seu livro A Imperatriz da Lava-Jato, Matrix Editora, que era a única mulher presa com os investigados da Lava-Jato. Ela conta como surtou com o “os grandes empresários do ramo da construção” por causa do “xixi no chão do banheiro”.

“Eu era responsável pela limpeza geral do nosso espaço. Lembre-se de que eu era a única mu-lher ali. Num desses dias de faxina eu perdi a calma e explodi porque os grandes empresários do ramo da construção faziam xixi no chão do banheiro. Aí gritei: “Vocês pensam que estão na suíte presidencial do Plaza Athénée ou na casa de vocês?”

Nelma conta que, pouco depois, recebeu um bilhete de Gerson Almada. O empreiteiro, num misto de culpa e contrariedade, escreveu: “Orei por você. Na hora da explosão e depois. Explodir e desabafar é bom e faz parte da nossa válvula de escape, senão outras coisas são prejudicadas. Agora, é bom guardar munição para hora e local certo. Que em breve aparecerá a oportunidade. Continue firme, Gerson Almada”.

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