O juiz federal Sergio Moro respondeu questionamentos feitos pela defesa de Lula sobre a cooperação internacional da Lava-Jato com autoridades norte-americanas.
Segundo o advogado Cristiano Zanin, autoridades dos Estados Unidos discorreram em evento recente sobre uma cooperação informal e baseada na confiança com procuradores brasileiros.
Zanin havia solicitado explicações do magistrado sobre essas colaborações, e Moro indeferiu o pedido.
“Eventualmente, conversas informais entre autoridades de países cooperantes podem ocorrer mesmo antes da formalização dos pedidos de cooperação. Assim, autoridades podem conversar entre elas antes da formalização de um pedido de extradição ou da formalização de uma requisição para apresentação de provas”, diz Moro.
Em seguida, afirma que “normalmente isso é feito para obter esclarecimentos acerca dos requisitos exigidos para que tais pedidos sejam aceitos pelo País Requerido. Nada há nisso de ilegal, a não ser por fantasiosa imaginação”, diz Moro.
Ele prossegue afirmando que “no âmbito da Operação Lavajato, a cooperação jurídica internacional foi fundamental”. E que “sequer foram os Estados Unidos o principal país a cooperar com as autoridades brasileiras”.
O juiz diz que “a cooperação principal veio da Suíça que disponibilizou documentos bancários que revelaram que executivos da Petrobrás e políticos inescrupulosos ali mantiveram ativos criminosos”.
Segundo Moro, a petição dos advogados de Lula é “vazia e não tem sentido”. Moro diz ainda que as provas utilizadas na investigação não poderiam “ter sido maculada pela fantasiosa cooperação irregular”.
“A fantasia de que a Operação Lavajato ou de que as investigações contra o acusado Luiz Inácio Lula da Silva teriam sido influenciadas ou dirigidas por autoridades estrangeiras talvez possa ser utilizada, com grande irresponsabilidade, em palanques eleitorais, já que infelizmente há quem se iluda com teorias da conspiração”, conclui o magistrado