Lobby da Claro adia votação de projeto em comissão do Senado
Senadores transferiram votação do projeto de lei que pode liberar compra da Warner pela AT&T -- menos concorrência para a Net
O mercado já identificou de onde vem a oposição aos projetos em discussão no Senado que mexem na área de TV por assinatura e de concessão das teles. Os mexicanos da Claro não escondem que agem para torpedear as mudanças na Lei do SeAC e no PLC 79/2016.
Os senadores da Comissão de Ciência e Tecnologia deveriam votar hoje o projeto que volta a permitir a chamada verticalização no setor de TV paga, possibilitando que as operadoras do serviço de televisão por assinatura tenham mais que 30% do capital das programadoras de canais e produtoras de conteúdo.
A estratégia da Claro, que não quer concorrência para a Net, é agir na assessoria da Presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, hoje nas mãos de Vanderlan Cardoso (PP-GO), para dificultar a tramitação dos projetos. E o lobby deu certo mais uma vez nesta quarta: há pouco, os senadores adiaram mais uma vez a votação na comissão.
Desde 2011, a Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) impede que os grandes grupos de telecomunicações também atuem na grade de programação dos serviços prestados por eles. A legislação atual impede, por exemplo, que a AT&T, dona da Sky, possa controlar a Warner Media no Brasil, responsável pelos canais HBO, TNT, Cartoon Network e CNN.