Inimigo da vacina, Bolsonaro segura aliados graças ao Auxílio Brasil
Remando contra mais de 100 milhões de brasileiros que buscaram a vacina, presidente é disputado por partidos
Num país em que mais de 100 milhões de pessoas, grande parte apta a votar, escolheram por conta própria penar em filas para tomar a vacina contra o Coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro assume o papel de inimigo do imunizante, inclusive com a propagação de mentiras como a última sobre HIV.
A postura deveria assustar aliados que só pensam na próxima eleição. Afinal, um presidente que desconhece a principal arma de combate ao vírus não é um bom cabo eleitoral para se ter em 2022.
Não é o caso da cúpula do Centrão. Os caciques partidários, em maior ou menor intensidade, disputam no momento a filiação do presidente. Valdemar Costa Neto até gravou vídeo para tentar seduzir o presidente.
O PP, antigo partido de Bolsonaro, segue em rodadas de conversas para eliminar divergências que ainda impedem a filiação.
O PTB de Roberto Jefferson já ofereceu de tudo para ter Bolsonaro. Há ainda nanicos — PRTB, DC — que fazem qualquer negócio para abrigarem o chefe do Planalto.
Todo o interesse no presidente tem nome: Auxílio Brasil. O programa que irá distribuir 400 reais mensais a milhões de famílias carentes no país é visto como uma espécie de garantidor da reeleição. É o que faz os caciques do Centrão acreditarem que ainda é “cedo” para decretar a inviabilidade política do presidente, que, nas palavras de um aliado, “já cometeu todos os erros políticos imagináveis nessa caminhada de quase três anos de governo”, mas que tem uma “poderosa arma social nas mãos”.