Governo nega ordem para locutor elogiar Bolsonaro em jogo do Brasil
Mas a nota foi lida ao vivo, durante a transmissão, em nome do secretário Fábio Wajgarten
Em 13 de outubro a seleção brasileira venceu com folga o Peru, por 4 a 2, em partida pelas eliminatórias da Copa do Catar, em Lima.
A partida foi transmitida por uma equipe da estatal EBC, que mantém a TV Brasil.
Um detalhe na transmissão incomodou parte dos torcedores que assistiam ao jogo: o uso político.
A certa altura, o locutor André Marques leu uma nota em nome da EBC e do ‘secretário Fabio Wajgarten’ (secretário-executivo das Minas e Energia), na qual agradecem a três dirigentes da CBF e que encerra com um “abraço especial também ao presidente Jair Bolsonaro, que está assistindo ao jogo”.
O deputado Alencar Santana (PT-SP) decidiu interpelar o governo e num pedido de informações questionou de quem partiu a ordem para que o locutor lesse essa mensagem. Na resposta, o governo se exime de responsabilidade.
“Não houve ordem nesse sentido”, informou a resposta do governo, assinada por autoridades da EBC, do Ministério da Minas e Energia e por Felipe Cruz Pedri, secretário de Comunicação Institucional da Presidência da República.
Na sequência, o deputado petista pergunta se a redação e a leitura da mensagem estava prevista no acordo entre a TV Brasil/EBC e a CBF.
A resposta foi “não”.
Alencar comentou a resposta do governo.
“O padrão do governo Bolsonaro é fazer tudo fora da lei e, quando são flagrados, tentam se esquivar da responsabilidade. É o caso do proselitismo na transmissão da partida da seleção. Mas vamos apurar isso até o final”.