Em um gesto de elevada honestidade política, o governador do Acre Gladson Cameli admitiu para a coluna que a crise sanitária do coronavírus é apenas um entre tantos desafios que o Estado enfrenta. Evidente que a pandemia é coisa séria – nas, na prática, ela é uma entre tantas outras tormentas que afligem os acreanos.

É o caso da alta dependência de repasses do governo federal: quase 70% do orçamento do Acre é fruto do Fundo de Participação dos Estados. A estagnação econômica se reflete em outros indicadores, como a maior taxa de homicídios do país e a maior população carcerária, em termos proporcionais; 12% da população acima de 15 anos é analfabeta e 25% das pessoas entre 15 e 29 nem estuda nem trabalha.

“Com esses dados, posso garantir que o estado do Acre tem um dos maiores e mais complexos desafios para a próxima década”, argumenta o governador. “Para quem trabalha todos os dias para dar aos pais oportunidades de uma vida melhor no campo ou na cidade, para quem busca atrair investidores para o nosso potencial logístico, para quem luta diuturnamente para não perder crianças para o crime, o COVID-19 é só mais uma maneira que Deus usou para me capacitar ainda mais para cuidar da nossa gente”, argumenta Gladson Cameli.

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