Estreia do ‘presidenciável’ Pacheco teve até bolsonarista infiltrado
Aposta do PSD esteve neste sábado no Rio em seu primeiro evento público como possível postulante a terceira via no ano que vem
O evento do PSD no Rio no último sábado foi o primeiro do partido com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ainda está no DEM, mas que deve se filiar à legenda de Gilberto Kassab nesta quarta para disputar as eleições presidenciais do ano que vem. O objetivo é ser uma opção de terceira via que fuja da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. No evento do partido neste sábado, foi a primeira vez que Pacheco foi tratado publicamente na legenda como futuro presidenciável.
O encontro era para prestigiar o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que agora comanda PSD no estado e trabalha para eleger seu grupo político, além de emplacar seu candidato próprio ao governo do RJ, o atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. O evento teve a presença de Kassab, Pacheco e de outros quadros nacionais do PSD. No Rio não é segredo que Paes faz oposição a Bolsonaro. Quem acompanhou as falas notou que o tom geral dos discursos foi de no mínimo crítica ao governo federal.
Uma presença chamou atenção por destoar das demais, apesar de se tratar de um filiado do PSD. Atual líder da bancada evangélica e vice-líder do governo no Congresso, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) chegou a dividir palco com os caciques do partido que, naquele ambiente, davam força pra terceira via. Cezinha é muito próximo do Planalto. Em junho, ele foi escolhido por Bolsonaro para andar na garupa de sua moto durante uma motociata em São Paulo.
Perguntando pelo Radar se havia algum constrangimento no fato de um aliado do presidente participar de um evento com o possível candidato da terceira via, Cezinha respondeu que não. Disse que o encontro era do partido e em prestígio de Eduardo Paes, e não de Pacheco. A presença do presidente do Senado no local, disse ele, era circunstancial. O deputado, contudo, não quis contar à coluna se ele irá à oficialização da filiação de Pacheco ao PSD em Brasília nesta quarta. Também não disse se continuará no partido para as próximas eleições ou se irá mudar na janela do ano que vem. “Estou com Bolsonaro e pretendo ficar assim até a reeleição”, disse ele.
Na conversa com o Radar na última segunda, Cezinha acabou revelando, contudo, o motivo de haver um “bolsonarista infiltrado” no evento de sábado: o deputado disse que esteve no local para ouvir da boca de Pacheco quando a novela da sabatina de André Mendonça para uma vaga ao STF será resolvida no Senado. Teria ouvido como resposta que a previsão seria em meados de novembro.