Em depoimento à PF, Roberto Dias diz temer pela própria segurança
Ex-diretor de Logística da gestão de Eduardo Pazuello na Saúde é investigado por suposto pedido de propina
No começo do depoimento que prestou à PF na tarde do último dia 22 de julho sobre o processo de compra da vacina indiana Covaxin, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias manifestou preocupação com o sigilo das suas respostas, “por questões de segurança”.
O delegado Victor Hugo Rodrigues Alves iniciou a oitiva, realizada por videoconferência, perguntando quando Dias começou a trabalhar no Ministério da Saúde, a convite de quem e em que cargo, mas o depoente devolveu com um questionamento preliminar:
“Doutor, só uma pergunta antes, esse depoimento, ele é sigiloso, né?”.
“Ele é sigiloso, mas se o pessoal da CPI me pedir cópia, eu vou ter que fornecer, ou do Ministério Público. Mas ele é sigiloso”, respondeu o delegado.
“Entendi, eu fico preocupado até por questões de segurança, mas, enfim, tudo bem, ok”, replicou o ex-diretor.
“Fica à vontade, esse depoimento só vai sair da Polícia Federal se for requisitado por alguma autoridade competente”, complementou Rodrigues Alves.
O material chegou à CPI nesta semana e foi obtido pelo Radar e por outros veículos de imprensa.
Duas semanas antes de falar à PF, Roberto Dias saiu preso do seu depoimento à CPI da Pandemia.