Em colapso, cidades de SC se unem em busca desesperada por vacina
180 prefeitos formaram consórcio para tentar comprar 3 milhões de doses de imunizante contra o coronavírus
Diante do letargia do governo de Jair Bolsonaro na compra de vacinas – só agilizada nesta semana por causa do Congresso –, um novo consórcio de prefeitos surgiu em Santa Catarina para tentar negociar diretamente com laboratórios a aquisição de imunizantes.
Como o Radar mostrou, na quarta-feira já eram 649 municípios brasileiros a aderirem ao consórcio liderado pela Frente Nacional de Prefeitos. Nesta quinta, o número passou a 1.292.
Com uma série de municípios enfrentando colapso nos hospitais, os prefeitos catarinenses decidiram buscar seu próprio caminho, a partir da Federação Catarinense de Municípios. Até o momento, a iniciativa já conta com a adesão de 180 municípios do estado que proporcionalmente mais deu votos a Jair Bolsonaro em 2018.
O objetivo é comprar mais de 3 milhões de doses. “Só vamos parar quando a vacina chegar em solo catarinense. A única solução é a vacina”, disse Clenilton Pereira, presidente da Fecam e prefeito de Araquari. Ele espera concluir o processo inicial já nos próximos dias e lembra que a Fecam não vai comprar as vacinas efetivamente. Será apenas a gestora do processo.
“Não podemos esperar a boa vontade do governo federal ou de quem quer que seja, a cada dia que passa mais pessoas estão morrendo”, argumenta Pereira.
A Federação espera emitir um parecer para garantir respaldo jurídico às prefeituras que tive-rem interesse em adquirir vacinas por conta própria.