Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Radar Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Robson Bonin
Notas exclusivas sobre política, negócios e entretenimento. Com Gustavo Maia, Nicholas Shores e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Em carta, jornalistas reclamam de censura sobre caso Marielle na EBC

Apesar de cobrirem todos os eventos de Bolsonaro, jornalistas não teriam sido pautados para reportar investigações do assassinato da vereadora do PSOL

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Mariana Muniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 nov 2019, 20h52 - Publicado em 26 nov 2019, 07h15

Em carta enviada recentemente à cúpula da EBC, jornalistas da emissora estatal denunciam a censura a que estariam submetidos os veículos da Casa na cobertura das investigações do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Segundo os jornalistas, a EBC levou mais de 15 horas para noticiar os fatos revelados pelo Jornal Nacional em relação ao depoimento do porteiro que citou Jair Bolsonaro equivocadamente no interrogatório. Outros veículos da EBC sequer teriam noticiado o caso.

“É grave a postura da empresa que foge do seu papel de noticiar oportunamente, com credibilidade e isenção esta informação. Tanto a sociedade brasileira como agências e veículos internacionais de notícias procuram a EBC como fonte de notícia”, diz a carta remetida ao Radar por uma fonte da emissora.

“Exigimos respostas da direção e repudiamos mais uma vez a censura a que estão submetidos os veículos da empresa, que os impede de noticiar questões relevantes como essa”, segue o texto dos jornalistas.

Os jornalistas lembram que alguns temas reportados pela imprensa profissional nem sempre são cobertos pela emissora estatal, apesar de todos os eventos de Bolsonaro serem acompanhados sem falha. “A decisão editorial equivocada de silenciar, ou avaliar com longa espera, sobre a notícia mais importante do dia faz com que a EBC perca o respeito e a credibilidade perante a sociedade”, segue a carta enviada à diretora de jornalismo Sirley Batista.

Leia a íntegra do texto:

Continua após a publicidade

“Prezadas Sirley Batista e Cristiane Samarco,

Os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação vêm, por meio deste, questionar o motivo que levou os veículos da EBC a entrarem tão tardiamente na cobertura da repercussão sobre as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Levamos mais de 15 horas depois da fala do presidente da República, que veio a público dar suas explicações, por meio de uma transmissão ao vivo nas redes sociais, para publicar a primeira reportagem sobre o assunto na Agência Brasil. Passadas mais de 17 horas o tema continua silenciado nas nossas rádios. Importante lembrar que se as reportagens de outros veículos nem sempre viram pauta na EBC, as transmissões da Presidência da República são, constantemente, cobertas pelos nossos veículos e estão sempre nas pautas. É grave a postura da empresa que foge do seu papel de noticiar oportunamente, com credibilidade e isenção esta informação. Tanto a sociedade brasileira como agências e veículos internacionais de notícias procuram a EBC como fonte de notícia. Exigimos respostas da direção e repudiamos mais uma vez a censura a que estão submetidos os veículos da empresa, que os impede de noticiar questões relevantes como essa. Nesse sentido, solicitamos uma audiência com a diretora de jornalismo com participação da ouvidoria da empresa para debater o silêncio, em alguns casos, e a demora em relação a esta pauta. Mais uma vez lembramos que a EBC é uma empresa de comunicação pública, com missão definida, função constitucional assegurada e um manual de jornalismo que deve nortear todas as nossas coberturas e não ser esquecido no fundo da gaveta quando convém. A decisão editorial equivocada de silenciar, ou avaliar com longa espera, sobre a notícia mais importante do dia faz com que a EBC perca o respeito e a credibilidade perante a sociedade, a quem devemos servir. Incapaz de fazer a pauta sumir dos noticiários, o silêncio da EBC sobre ela apenas torna patente para o cidadão a linha editorial chapa-branca que hoje vigora no jornalismo da empresa. Aguardamos uma resposta sobre nosso pedido de audiência.

Atenciosamente,

Comissão de Empregados”

ATUALIZAÇÃO, 27/11/2019 —  A respeito da nota do Radar sobre a carta dos jornalistas à cúpula da emissora, a direção da EBC enviou a seguinte nota: “A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) esclarece que não há qualquer tipo de censura relacionada à cobertura do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ou a qualquer outro tema. 

Continua após a publicidade

A Empresa também reforça que o diálogo sempre foi ferramenta na condução dos trabalhos, e prova disso é que já havia recebido representantes da Comissão dos Empregados para debater a referida carta e prestar os esclarecimentos sobre esta cobertura jornalística.

A EBC reitera que zela pela produção de um jornalismo sério, preciso, isento, com qualidade editorial, credibilidade e rigor técnico.

Cordialmente,

Gerência de Comunicação
Gerência Executiva de Comunicação, Marketing e Negócios
Empresa Brasil de Comunicação (EBC)”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.