Deputados vão investigar hospital no RJ ligado a Flávio Bolsonaro
Dirigentes da unidade foram indicados pelo senador; contratos são feitos sem licitação e há suspeita de envolvimento da milícia, dizem parlamentares
Em meio a denúncias de corrupção envolvendo afilhados políticos do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o Hospital Bonsucesso, no Rio de Janeiro, vai ser formalmente investigado.
Os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Elias Vaz (PSB-GO) aprovaram na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara, no início do mês, um requerimento para auditar a unidade de saúde, com auxílio do Tribunal de Contas da União.
A força-tarefa vai apurar “possíveis irregularidades em contratos prestação de serviços” firmados pelo hospital por meio de dispensa de licitação entre 2019 e 2021. De acordo com o requerimento apresentado, contratos sem licitação, no período, somaram 96,7 milhões de reais.
A polêmica envolvendo o Hospital Federal de Bonsucesso teve início em 2019, quando Flávio autorizou trocas nos cargos de direção tanto da unidade quanto do Hospital Federal do Andaraí, para colocar pessoas próximas a si.
O caso voltou à tona com o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na CPI da Pandemia, que afirmou que os dirigentes nomeados com aval de Flávio foram responsáveis por uma série de irregularidades.
“Cerca de 70% dos contratos são sem licitação, isso para atividades comuns, não emergenciais, como vigilância e limpeza”, diz o deputado Kim Kataguiri. O parlamentar aponta, ainda, que há suspeita de envolvimento de milícia nas irregularidades.