Delação de Eike vazou sem que o acordo estivesse formalmente assinado
Integrantes do MPF ainda não colheram todas as assinaturas para confirmação do acerto
Edson Fachin, o relator da Lava-Jato no STF, nunca foi simpático a vazamentos de delações premiadas antes da devida homologação dos termos pela Corte. Desde que chegou ao comando da operação, ele tem se empenhado em garantir o sigilo do que é dito pelos delatores nos acordos firmados com a PGR. É verdade que muita coisa sempre acaba vazando depois de fechado o negócio com o Ministério Público Federal ou com a Polícia Federal.
Mas veja como a possível delação de Eike Batista vem inovando nessa matéria. É provável, pela suposta presença de figuras com foro, que o acordo acabe nas mãos de Fachin. Se assim não for, cairá nas mãos de gente que pensa como o próprio ministro do Supremo.
Os termos dos crimes que o empresário pretende assumir estão na praça, mas o acordo sequer foi formalmente assinado. As assinaturas de alguns investigadores que integram a mesa de negociação pelo lado do MPF ainda não foram colhidas. Devem ser levadas ao papel até o fim da tarde.
Esse “detalhe” faz com que o acordo, embora apalavrado, ainda não exista. Eike, porém, pode ficar tranquilo. Nada acontecerá, por ora, no MPF. Mas tudo pode acontecer até a homologação.