Críticas do CNMP a Deltan fazem Lula sonhar com suspeição no STF
Aliados do ex-presidente apostam em pedido de suspeição de procuradores da Operação Lava-Jato apresentado ao Supremo em 2019
O arquivamento pelo CNMP da ação movida pelo ex-presidente Lula contra o procurador Deltan Dallagnol nesta terça-feira não deve ser encarada de todo como uma derrota: pelo contrário, deve dar mais munição para que a defesa do petista continue sua missão contra as decisões da Lava-Jato.
É que, embora o julgamento tenha resultado no arquivamento do pedido de punição disciplinar contra Deltan por prescrição, a leitura de aliados de Lula é de que nenhum dos conselheiros reconheceu legitimidade na conduta dos procuradores ao exibir o célebre PowerPoint.
De fato, ao longo da análise do processo no CNMP, os conselheiros não deixaram de fazer críticas ao que chamaram de uso político da estrutura do MPF e questionaram a conduta dos procuradores no caso da coletiva sobre o ex-presidente Lula.
A falta de apoio ao coordenador da Lava-Jato em Curitiba demonstrada pelos conselheiros do CNMP, na avaliação destes mesmos aliados “reforça a suspeição dos procuradores que aguarda julgamento no STF”.
Em agosto do ano passado, quando Lula ainda estava preso, a defesa apresentou um pedido para que o Supremo reconheça a suspeição dos procuradores da Operação Lava-Jato para atuar nos processos envolvendo o ex-presidente — além de pedirem que a condenação imposta a ele seja anulada.
O caso até agora não foi julgado. Mas desde o último dia 3 está “concluso” para o relator, ministro Edson Fachin.