CPI mira Prevent Senior com depoimento de diretor do plano
Pedro Benedito Batista Júnior foi convocado para a quinta-feira passada, mas alegou não ter tido tempo hábil para comparecer
Marcado para a última quinta-feira, o depoimento do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, à CPI da Pandemia foi reagendado para esta quarta e promete colocar os holofotes sobre a participação do plano de saúde na indução ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Na semana passada, uma reportagem da Globo News apontou que a operadora teria manipulado dados de um estudo sobre tratamento da doença à base de hidroxocloroquina e azitromicina, reduzindo propositalmente o número de óbitos. O objetivo da manipulação seria produzir um resultado favorável à eficácia de tais medicamentos no combate à doença.
Nesta segunda, a empresa acionou a PGR, reclamando ser vítima de uma armação e pedindo uma investigação a respeito das gravíssimas denúncias.
Os senadores querem entender por que a Prevent Senior distribuiu e prescreveu o kit, “a despeito da ausência de comprovação científica de eficácia”. A comissão foi procurada por usuários do plano, que é voltado para idosos. Uma delas relatou que os clientes foram assediados para aceitar o “kit com cloroquina”.
Para justificar sua ausência na última quinta, Pedro Batista Junior explicou que foi notificado no dia anterior e que o Código de Processo Civil determina o prazo mínimo de 48 horas para o atendimento de convocações dessa natureza.
“A Prevent Senior reitera que prestou todos os esclarecimentos encaminhados pela CPI nos últimos meses. E que continua à disposição para quaisquer esclarecimentos complementares. Importante frisar que o habeas-corpus concedido pelo STF ao médico não tem por objetivo conseguir o silêncio do convocado, mas meramente impedir que ele seja alvo de eventuais constrangimentos ilegais”, afirmou a empresa, na ocasião.