Com 299 mortos, Brasil tem briga aberta entre presidente e ministro
Bolsonaro atacou o chefe da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que já respondeu: 'quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha'
O governo Bolsonaro produz nesta quinta-feira uma dessas situações que costumam ficar marcadas na crônica política.
Até então em conflito velado com o ministro da Saúde na discussão da estratégia de combate à pandemia do coronavírus, o presidente da República vai para um programa de rádio e resolve escancarar seus maus sentimentos atacando o subordinado.
É a desmoralização do cargo de presidente. Bolsonaro revela-se refém de Mandetta quando afirma que o subordinado “está extrapolando” e diz que “não posso demitir ministro em meio ao combate”. Se não pode demitir o combatente, também não deveria atacá-lo.
Mas Bolsonaro dispara: “Acho que o Mandetta em alguns momentos teria que ouvir um pouco mais o presidente da República… Tá faltando humildade”.
Para piorar tudo, o ministro da Saúde já correu para responder ao chefe, também pela imprensa. “Ele tem mandato popular, e quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha”, disse o ministro à Folha.
Nesta quinta, agora com uma briga entre ministro e presidente mais do que oficializada no governo, o país chega a 7.910 infectados e 299 mortes.