CNJ: Os números da tragédia silenciosa do coronavírus nas prisões
Número de infectados entre presos e agentes do sistema carcerário mais que quadruplica em 22 dias
“Direitos humanos são, basicamente, para humanos direitos”, disse o ameaçador-geral do Planalto, ministro Augusto Heleno, em novembro de 2018. A frase, nesse momento de pandemia em que o governo negligencia a assistência aos brasileiros em liberdade, nunca fez tanto sentido nas priões.
Monitoramento do CNJ obtido pelo Radar mostra que os casos de coronavírus nos presídios saíram de 243, em 1º de maio, para 1.062 nesta quinta. Os servidores do sistema contaminados eram 327 e agora são 1.598. O órgão adotou medidas para retomar as fiscalizações nas prisões de modo a tentar combater a tragédia silenciosa.
Atualmente, o Brasil tem 750.000 presos e o sistema opera 70% acima da capacidade.
Os presídios estão fechados há cerca de dois meses e, além da falta de informações, denúncias feitas por servidores, familiares e advogados vêm apontando desde a falta de equipamentos básicos de proteção e higiene, incluindo falta de água, até condições precárias de isolamento e de monitoramento da doença.