Carluxo viaja com Bolsonaro ao Piauí e é chamado ao palco por Faria
Segundo o ministro das Comunicações, o vereador foi responsável pela eleição do pai em 2018
Quase um ano depois de tomar posse pregando “pacificar o país”, o ministro das Comunicações, Fábio Faria resolveu fazer um “desabafo” para tirar o que estava “entalado na garganta” durante discurso no fim da manhã desta quinta-feira, no Piauí. Em meio à defesa do governo Jair Bolsonaro, ele aproveitou para se render ao filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, sempre lembrado como o verdeiro responsável pela estratégia de comunicação do pai e pelo chamado “gabinete do ódio”.
Faria citou a CPI da Pandemia no Senado como um “caso a ser estudado”. “Sabe o que é que a gente tá vendo na CPI? Que o filho não pode ficar perto do pai. Se tiver uma reunião, um almoço do Bolsonaro, e algum filho tiver perto, é crime, general Heleno. Eu quero saber se o senador Renan não conversa com o filho dele lá em Alagoas. Eu quero saber se os senadores que estão na CPI não conversam com seus filhos, se eles não podem participar de almoço, de jantar, de conversa. Porque o filho tem que ficar do lado do pai”, disse o ministro, já aos berros.
“E ele fazem isso porque ele sabem que Carlos Bolsonaro foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro. Apareça, Carluxo. Não fique no Rio não, fique do lado do seu pai em Brasília”, complementou, sendo cumprimentado pelo vereador do Rio de Janeiro que surgiu no palco em Santa Filomena (PI) — a mais de 2.000 quilômetros da capital fluminense.
Para concluir, o ministro se saiu com a seguinte justificativa para o afago ao filho do chefe:
“Sabe por que? Porque há 15 dias atrás [sic], ninguém via na televisão que ia ter manifestação, semana passada ninguém via nos jornais que o agronegócio ia pra Brasília. Mas ele sabia. Porque ele conversa com quem não assiste as mesmas notícias todos os dias contra o presidente da República”.
Antes de encerrar sua fala, ele ainda se ofereceu ao senador Ciro Nogueira, que estava no local e integra da CPI da Pandemia, para ser convidado à comissão e passar dez dias falando bem do governo.