Bolsonaro afaga centrão, mas decepciona ministros do STJ
Ministros do tribunal disputam a vaga que parece ter sido prometida pelo presidente ao desembargador Kassio Nunes, do TRF-1
Jair Bolsonaro pode ter feito a alegria do centrão com a prometida — ainda tem muita água para rolar, lembra um “supremável” — escolha do desembargador do TRF-1 Kassio Nunes ao STF. Afinal, Nunes é próximo ao cacique do PP, Ciro Nogueira.
O problema é que o presidente, ao buscar seu supremável no TRF-1, feriu o orgulho de alguns nomes nas “instâncias superiores”, no caso, no STJ.
O ministro João Otávio de Noronha, como se sabe, era cotado para a vaga. “Amor à primeira vista” de Bolsonaro, ele teve que se desgastar para liberar Fabrício Queiroz do presídio.
Outro nome que surgia como cotado, com prestígio no STF e qualificações para a vaga, era o do ministro Luis Felipe Salomão.
Mas muita gente na Corte se articulava discretamente para buscar a vaga. Isso, claro, sem contar o PGR Augusto Aras, que era citado como possível nome.
A escolha só deve ser confirmada após a aposentadoria do decano Celso de Mello, no dia 13 de outubro. O que ocorre nesse momento, segundo interlocutores do palácio, é o movimento já conhecido de Bolsonaro de “testar” o nome do provável escolhido. Se Nunes resistir até a aposentadoria do decano, terá chances.