Após 15 anos, envolvido no ‘escândalo do propinoduto’ será preso
Sem execução em segunda instância, crimes do colarinho branco costumam prescrever
A Justiça tarda. A máxima é verdadeira para a condenação do réu Axel Ripoll Hamer, envolvido no escândalo do propinoduto, que ocorreu entre 1999 e 2002, no Rio de Janeiro. Tratava-se de um esquema de extorsão de empresas, que arrecadou 34 milhões de dólares, enviados para a Suíça.
O STF demorou 15 anos para decidir acerca da condenação de Hamer. Hoje, finalmente, foi dada a sentença.
A condenação em primeiro grau, por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, foi proferida em 2003, mas coube recurso.
Quatro anos se passaram até o Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmasse, finalmente, a sentença.
Coube mais recurso. Dessa vez, no STJ, que mandou executar imediatamente a pena.
Não foi o suficiente. O acusado entrou com habeas corpus no STF e o ministro Marco Aurélio Mello mandou suspender a execução.
O caso dormitou em seu gabinete por dois anos, desde 2016. Quase todos os crimes haviam prescrito, salvo o de lavagem de dinheiro, pelo qual Hamer foi condenado a 5 anos e 6 meses. Hoje, por 4 votos a 1, determinou-se o cumprimento imediato da condenação, com a prisão do acusado.