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Acordão no Conselho de Ética para salvar o mandato do deputado Boca Aberta

Deputados do colegiado fizeram reunião fechada para discutir o assunto e querem trocar cassação por suspensão de seis meses; relator está irredutível

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h16 - Publicado em 6 dez 2019, 12h05

Alvo de um parecer pela cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar, o histriônico deputado Boca Aberta (PROS-PR) pode se salvar. Em troca, pegaria um gancho, uma suspensão de até seis meses do mandato. Para ele, bom negócio.

O voto do relator Alexandre Leita (DEM-SP) é contundente. Boca Aberta foi parar no conselho acusado de fazer “blitz da saúde” em hospital de madrugada, invadindo e gravando todo mundo. Mas, durante o processo sua situação piorou por conta de seu comportamento. Ele ameaçou assessores do Conselho de Ética e foi acusado de litigância de má fé por ter tentado suspender seu caso no STF com documentação falsa, concluiu o relator. Entre outras acusações.

Mas durante a leitura de seu voto, na última quarta-feira, o vice do conselho, Cezinha de Madureira (PSD-SP), que presidia no momento,  anunciou a suspensão temporária e chamou todos para uma reunião, fechada, na sala do Conselho de Ética. alguns metros dali. Eram 16:23.

Madureira não contou o motivo ali, no microfone, mas o Radar apurou que o tema da conversa reservada foi a preocupação com o rigor do voto de Leite. E com o risco de uma derrota da cassação de Boca Aberta no plenário. E acham a pena muito capital para um deputado folclórico que circula pela Câmara com uma camisa de futebol, do Londrina.

Participaram dessa conversa pelo menos dez deputados, de nove diferentes partidos. Da oposição a governistas. Vários deles confirmaram a existência da conversa e de seu teor.

No retorno à reunião pública, às 21:50h (se esperou acabar as votações no plenário), Leite concluiu seu voto pela cassação, até porque já tinha sido distribuído antes. Combinado, Paulo Guedes (PT-MG) pediu vistas, adiando a votação e deu a dica do acordo em curso.

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“Sr. presidente, queria solicitar vistas do parecer para que a gente pudesse conversar melhor com todos integrantes deste conselho, também conversar com o relator e avaliar passo a passo se esse  parecer, apesar de muito bem feito, se esse deve ser o caminho que o conselho deve tomar ou se a gente discute algo alternativo”.

Boca Aberta acompanhava a sessão, algumas cadeiras ao lado de Guedes.

O assunto volta ao conselho semana que vem. Deputados tentam convencer Leite a mudar seu parecer, o que é permitido, e apresentar a suspensão do mandato. Mas ele está irredutível e informou, por sua assessoria, que não irá alterar.

A solução, então, dos que querem aliviar a barra do Boca Aberta, é derrotar o voto de Leite e apresentar outro pela suspensão. A posição vencedora irá a plenário.

DEPUTADOS CONFIRMAM ENCONTRO

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Paulo Guedes confirmou ao Radar a conversa reservada, que chamou de “bate-papo informal”, e disse ser “muito severa” a cassação.

“O parecer do Alexandre Leite está muito bem pavimentado, mas a pena de cassação do mandato é muito severa. Isso não é consenso ainda. Muitos conversaram da possibilidade de ele apresentar outra pena. Mas seria delicado para ele assumir ali, já que o voto dele ainda estava sendo lido”, disse Guedes ao Radar.

Outro que participou da reunião, Mauro Lopes (MDB-MG), veterano de conselho, também confirmou e falou do risco de se aprovar a cassação e depois ser derrotado no plenário, o que, para ele, seria “desmoralizador”  para o órgão.

“Seis meses de suspensão está de bom tamanho. Assim, ele perde o gabinete, perde o pessoal, o suplente será chamado. Quem sabe assim ele ‘conserta’. Vamos ver se o relator faz uma adequação. É mais justo.  Se dermos a pena máxima, da cassação, e se houver reversão no plenário, o conselho fica desmoralizado. A suspensão todos concordam. A degola fica para uma próxima, se ele não se emendar”, disse Lopes.

 

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