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Ação do Planalto por Lira antecipa guerra pelo comando da Câmara

Governo investe no líder do PP para suceder Rodrigo Maia, que dá o troco isolando o bloco do centrão na Casa

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jul 2020, 16h39 - Publicado em 28 jul 2020, 06h05

Com a disputa pela presidência da Câmara simbolicamente aberta, Jair Bolsonaro será aconselhado por auxiliares a não se meter a fundo na disputa. Essa turma lembra de Dilma Rousseff, que não ouviu conselhos semelhantes em 2015, meteu seu governo numa briga para derrubar Eduardo Cunha, e deu no que deu.

Até o momento, porém, o presidente segue os passos da petista. O movimento de ruptura no bloco do centrão nesta semana, embora justificado pelos caciques do DEM e do MDB como uma decisão regimental com foco nas votações da Casa, tem como pano de fundo o processo acelerado de cooptação por governistas.

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“Baleia (Rossi, líder do MDB) quer ser o candidato do Rodrigo. Mas Maia quer ser presidente. Vai tentar até o fim”, avalia um importante interlocutor de Bolsonaro.

Cacifado pelos cargos ofertados pelo Planalto, Arthur Lira tenta se viabilizar como candidato ao lugar de Maia. Deputados dizem que ele negocia com aval do governo os pleitos de colegas na máquina federal, uma forma de conquistar aliados na disputa de fevereiro do ano que vem. Sua primeira tentativa de demonstrar força, no entanto, revelou-se um fiasco, quando atuou para adiar a votação do Fundeb e foi atropelado pelo poder de Maia.

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Não é de hoje que o Radar mostra que os colegas de Maia o tratam como candidato à reeleição. Manobras em parceria com Davi Alcolumbre, que pretende tentar um novo mandato no comando do Senado, são pensadas há tempos.

O jogo, no entanto, deveria ser deflagrado mais próximo do fim do ano. Tem sido antecipado por movimentos governistas que estimulam a candidatura de Lira e por bolsonaristas como Capitão Augusto, que já pedem votos abertamente aos colegas.

É por causa dessa proximidade com o Planalto de Lira e Augusto que os auxiliares de Bolsonaro tentarão tirar suas digitais dos ataques especulativos ao projeto de Maia. Apesar de dar poder ao líder do PP para negociar cargos em troca de apoio, o Planalto negará até o fim qualquer interesse na disputa da Câmara.

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