A tensa relação de Paulo Guedes e Rodrigo Pacheco
A reforma do Imposto de Renda já provocou alguns atritos entre o chefe da Economia e o presidente do Congresso
É um exemplo de como anda distante a relação de Paulo Guedes com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Na segunda, o ministro da Economia foi questionado sobre o risco de a proposta de reforma do Imposto de Renda travar no Senado.
Sem piscar nem pensar em telefonar antes ao chefe do Congresso, o ministro sugeriu que o atraso na pauta do IR deixaria Pacheco em péssima luz com o eleitorado popular.
Com outras palavras, claro, Guedes afirmou que o senador demonstraria ao país que “não está preocupado” com o novo Bolsa Família, caso não corra com a reforma do IR.
Aliados do governo viram na fala um ato de imprudência do ministro. Afinal, Pacheco defende a política social como prioridade do Congresso, já que o socorro aos mais pobres será a pauta principal do país em 2022.
Em vez de criticar pela imprensa, Guedes poderia atuar nos bastidores para melhorar o ambiente no Senado, avaliam aliados do governo. A coisa, no entanto, é mais complicada.
Guedes fala mal de Pacheco dia sim, outro também. “Lembra as brigas com o Rodrigo Maia”, diz um auxiliar do ministro.
Pacheco, por sua vez, não fala mal publicamente de Guedes, mas a aliados admite que o ministro fala demais.