A mando da CPI, PF deflagra operação contra Precisa Medicamentos
Ação foi revelada pelo senador Randolfe Rodrigues e mira a corrupção na negociação de vacinas pelo Ministério da Saúde
Vice-presidente da CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues revelou há pouco que a Polícia Federal deflagrou nesta sexta uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra a Precisa Medicamentos, empresa no centro do escândalo de corrupção envolvendo a negociação de vacinas com o governo de Jair Bolsonaro.
A operação, segundo Randolfe, foi autorizada pelo STF e destina-se à “apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato”.
“A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial”, diz Randolfe.
Os advogados da Precisa reagiram e classificaram a operação como “inadmissível”. Em nota, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmaram que a medida é prova dos abusos que a CPI vem comentando.
Leia a seguir o posicionamento da defesa, na íntegra:
É inadmissível, num estado que se diz democrático de direito, uma operação como essa de hoje. A empresa entregou todos os documentos à CPI, além de três representantes da empresa terem prestado depoimento à comissão. Francisco Maximiano, por exemplo, prestou depoimento e respondeu a quase 100 perguntas, enviou vídeo com esclarecimentos, termo por escrito registrado em cartório, além de ter sido dispensado de depor por duas vezes pela própria CPI, em 1° de julho e 14 de julho.
Além disso, seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU.
Portanto, a operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder as perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais e, agora, até ocupa o Judiciário com questões claramente políticas para provocar operações espalhafatosas e desnecessárias. A CPI, assim, repete o modus operandi da Lava Jato, com ações agressivas e midiáticas, e essa busca e apreensão deixará claro que a Precisa Medicamentos jamais ocultou qualquer documento.