Refis, precatórios, vale-gás, Bolsa Família: risco fiscal na pauta
VEJA Mercado: bolsa cai 0,14% mesmo com avanço de 9,63% da Petrobras; dólar reverte queda do início do dia e fecha em alta de 0,57%, a 5,21 reais
VEJA Mercado fechamento, 5 de agosto.
Nem mesmo a valorização de 9,63% dos papéis da Petrobras foi capaz de segurar a bolsa no azul. Após abrir o dia em alta pela divulgação do resultado da estatal e aprovação de dividendos, o Ibovespa fechou em queda de 0,14%, a 121.632 pontos. Segundo os analistas, o dia foi marcado pela percepção do investidor de uma espiral crescente de medidas eleitoreiras que reforçam o risco fiscal.
O senador governista Fernando Bezerra (MDB-PE) apresentou seu parecer para a reabertura do Refis, que prevê perdão de até 90% em multas, juros de 100% nos encargos para dívidas contraídas até um mês antes da aprovação da medida e parcelamento em até 12 anos. Junta-se a isso o vale-gás, o aumento nas parcelas do Bolsa Família e a PEC dos precatórios. “É uma guinada bastante populista do governo, principalmente para as eleições, que fez com que o índice devolvesse todos os ganhos do dia e o dólar subisse. Pitta inventou o fura-fila em 1996 e, agora, Guedes inventa o fura-teto”, diz Thomás Gilbertoni, analista da Portofino Multi Family Office. O dólar fechou em alta de 0,57%, a 5,21 reais.
Mocinho do pregão de ontem, o setor de siderurgia puxou a bolsa para baixo nesta quinta-feira. Os analistas contam que a cotação do minério de ferro desabou 6,6% na China em função das dúvidas em cima da recuperação econômica chinesa e das restrições na produção de aço, assim como a quarentena imposta a moradores de 20 cidades pelo avanço da variante delta do coronavírus no país. CSN, Gerdau e Vale fecharam em quedas de 3,96%, 3,07% e 3,06%, respectivamente.
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