Agora é a vez de Paulo Guedes atacar o Supremo
Ministro diz que de repente, prestes a expirar, chegou uma conta bilionária a ser paga a estados oposicionistas
O ministro da economia, Paulo Guedes, começou o dia pedindo desesperadamente uma ajuda para o presidente do Supremo, Luiz Fux, para resolver o problema dos precatórios no Orçamento de 2002. E terminou o dia insinuando que o Supremo tomou uma decisão política ao fazer cair um meteoro nas contas do governo, em ano de eleição. “São meteoros emitidos em 2002. Sobrevoaram dois governos do Fernando Henrique Cardoso, dois governos Lula, um governo e meio da Dilma, meio do Temer, três do nosso e, de repente, caem num ano eleitoral”, disse Guedes em entrevista à radio Jovem Pan na noite desta quarta-feira, 15. E seguiu: “10 bi para Bahia, 4 bilhões para o Ceará, 2 bilhões para Pernambuco. E completamente sem previsão. Nos dez últimos dias de prazo. Curiosamente eles caem sobre nosso governo e para dois ou três estados que são oposicionistas. Não vou achar que é politização da Justiça. Não posso acreditar nisso, mas tenho que pedir ajuda ao Supremo.” A decisão para o pagamentos dos precatórios aos Estados, a que Guedes se refere, foi tomada pelo Supremo neste ano, que condenou a União a ressarcir os estados pelo cálculo incorreto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.
Guedes só externou o que já vem sendo dito nos gabinetes do governo: que o Supremo fez de propósito para complicar a vida de Bolsonaro. O governo quer parcelar o pagamento desses precatórios que juntos somam 90 bilhões de reais. Se tiver que pagar tudo em 2022 não conseguirá reajustar o Bolsa Família e continuar dentro do teto. Há algumas semanas, antes de o presidente Jair Bolsonaro escalar os ataques ao Supremo com as manifestações do 7 de Setembro, o presidente do Supremo, Luiz Fux, chegou a dizer que poderia haver uma solução para os precatórios via Conselho Nacional de Justiça. Agora Fux diz que a criança não é do Supremo e que Guedes precisa do Congresso para resolver a questão.