Os dilemas em torno da Petrobras e do Auxílio Brasil
VEJA Mercado: investidores podem reagir a efeito Bolsonaro que diz que Petrobras não pode lucrar tanto e deve propor novo auxílio emergencial
VEJA Mercado | Abertura | 29 de outubro.
A sexta-feira começou com os investidores meio de mau humor no exterior porque nada tem sido como o esperado. Os resultados da Apple e Amazon decepcionaram e a inflação na Europa foi mais forte que o previsto. Isso por si só já não é um bom sinal para outros mercados como o Brasil. Mas os investidores por aqui ainda vão enfrentar seus próprios desafios com o efeito Bolsonaro. A Petrobras tem lucrado como nunca, anunciou na noite de ontem que vai distribuir mais dividendos do que lucrou, mas eis que o presidente Jair Bolsonaro diz que a empresa não pode lucrar tanto, o que deve acender o alerta nos investidores. A empresa teve um lucro de 31,1 bilhões no terceiro trimestre, muito acima das estimativas do mercado.
Além disso, voltou para a mesa a possibilidade de se abrir um Orçamento de Guerra, ou seja, uma forma de prorrogar o auxílio emergencial para pagar o auxílio de 400 reais no próximo ano. A justificativa seria a de tratar as sequelas da Covid, no caso a fome e a miséria. A alternativa voltou a ser estudada depois que a PEC dos Precatórios começou a patinar e parece ser difícil de ser aprovada até na Câmara dos Deputados, onde o governo costumava aprovar tudo mais facilmente. A PEC só vai ser novamente discutida depois do feriadão da próxima semana. A outra notícia é que o próprio Bolsonaro já diz que se as reformas administrativa e tributárias não forem aprovadas neste ano, não serão mais até 2023.
Nos balanços, destaque ainda para a Vale. Apesar do aumento de 33% nos resultados, chegando próximo a 3 bilhões de dólares, ele veio pela metade do que esperava o mercado. Já a Suzano registrou um prejuízo de quase 1 bilhão de reais.
O mercado também estará de olho no leilão da Dutra, com disputa da CCR e EcoRodovias pela concessão.