Orizon e Jive vão ao Cade pelos aterros da Estre
Empresas querem selar compra de oito aterros sanitários, mas credores da Estre questionam negócio
A Orizon Meio Ambiente e a gestora Jive já entraram com um processo no Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade) para que o órgão aprove sumariamente a futura aquisição de oito aterros sanitários da Estre Ambiental. Se aceitar o rito sumário, o Cade reconhece que a operação não afeta a competição no mercado. A Orizon e a Jive compraram 1,8 bilhão de reais em dívidas que os bancos tinham com a Estre e juntos passaram a deter a maior parte da dívida da empresa, que está em recuperação judicial. Com esse poder em mãos aprovaram o plano de recuperação, que prevê a venda dos oito aterros e que vai permitir que elas usem seus créditos em pagamento. Os aterros ainda vão a leilão.
Mas dois credores estão insatisfeitos com o desfecho e tentam reverter o negócio dentro do próprio processo judicial de recuperação judicial, alegando que houve favorecimento. A Solvi, que também atua no ramo, e a Angra Partners, são os dois credores que contestam o negócio. Se quiserem comprar os ativos, no entanto, terão que desembolsar dinheiro, por isso a Orizon e a Jive saem com preferência na compra por deter tanto crédito contra a Estre. Os aterros que estão em disputa incluem Paulínia, Tremembé, Itapevi, Sorocaba (todos no estado de São Paulo), Rosário do Catete (no estado de Sergipe), Maceió (no estado do Alagoas), e Itaboraí (no estado do Rio de Janeiro), a participação da Estre em 50% no capital social da Metropolitana Serviços Ambientais e ainda Ltda.
O Cade publicou nesta terça-feira, 10, o chamamento para análise pública do ato de concentração.