Odebrecht: O ‘novo normal’ na Novonor
Durante reunião de fim de ano, presidente da empresa revela receitas de R$ 70 bilhões e planos para os próximos anos depois da mudança de nome
O presidente da antiga Odebrecht, Ruy Sampaio, estava animado na última sexta-feira, 18. Na reunião de final de ano, no dia em que divulgaram o novo nome da empresa, Novonor, ele anunciou aos diretores os resultados da companhia no fatídico ano de 2020. A Odebrecht (agora Novonor) colheu receita líquida de 70 bilhões de reais, apesar da pandemia e do desgaste de imagem, assolada pela Lava Jato. Os resultados de operação somam 15 bilhões de reais — 4 bilhões de reais a mais do que no ano passado. A empresa projeta, sem os retornos da Atvos, o braço de etanol, receitas de 79 bilhões em 2023.
Os números contemplam o resultado da Braskem, que será obrigatoriamente vendida segundo o plano de recuperação judicial da empresa. Durante a reunião, Sampaio expôs os principais caminhos para a reconstrução da empresa. O conglomerado almeja implementar o plano de recuperação judicial e aprimorar o sistema de compliance, para dar maior segurança aos investidores. A empresa projeta a criação de 6 mil vagas de emprego até 2023. Hoje, são 25 mil funcionários — eram 36 mil no ano passado.
Apesar dos burburinhos de que o nome fosse uma analogia ao fundador da empresa, Norberto Odebrecht, funcionários da holding negam que exista qualquer relação, apesar de admitirem que a associação não incomoda. O nome foi escolhido entre 400 opções levantadas pela companhia de consultoria de marcas Keenwork e alude a “novo norte”. Depois de afuniladas, 13 marcas foram apresentados à holding. A escolha do novo nome foi mantida a sete chaves durante dois meses.
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